terça-feira, 29 de novembro de 2011
MAGNÍFICOS DIAS ATLÂNTICOS
O eixo atlântico Porto-Vigo foi nos anos 80 uma realidade cultural visível. A cidade espanhola, onde se ia em excursão comprar caramelos e vinis ao El Corte Inglês, recebeu uma "movida" famosa pela agitação nocturna onde a música teve um papel importante com bandas como os Siniestro Total, Resentidos ou os Semen Up, só para citar alguns. Essa história tem, desde a semana passada, um livro retrospectivo intitulado "Vigo a 80 Revolucións Por Minuto" do jornalista Emilio Alonso. O autor, ele próprio um radialista que viveu em pleno essa agitação e da qual tem dado conta no blog Vigo80RPM, recebeu nessa época imensas demos em cassete de bandas portuguesas que ainda hoje guarda em casa e que utilizou, em alguns casos, nos seus programas em FM ouvidos por terras vianenses ou bracarenses. A explosão musical viguense foi, assim, um fenómeno com forte impacto no país vizinho e mereceu recentemente a realização de um documentário intitulado "Galicia Canibal" estreado no Festival In-Edit de Barcelona que decorreu entre 27 de Outubro e 6 de Novembro. Dirigido por Luís Montenegro, o filme concorreu na secção EXCEDLENTS e será proximamente emitido pelo segundo canal da TVE.
E nós com isso? Bem, lembramo-nos de ver os GNR na TV Galícia (1984?), tendo a banda chegado a actuar várias vezes em Vigo e também em Madrid. Por lá foi editado o vinil do álbum "Os Homem Não Se Querem Bonitos", disco que ainda hoje é possivel descarregar no iTunes espanhol! Por cá, a avalanche de concertos de bandas estrangeiras fazia, nessa altura, com que alguns, poucos, galegos se metessem ao caminho até ao Porto, ligação agora mais rápida e frutuosa, tendo em conta a quantidade de espanhóis que a Casa da Música recebe em muitos dos seus eventos.
A realidade da invicta nestes tempos tem desde sábado também ela uma história. Lançado precisamente na CDM, o terceiro volume da obra "Casas da Música no Porto: para a história da cidade" da autoria de Sérgio C. Andrade, Ana Maria Liberal e Rui Pereira é dedicado à segunda metade do século XX e nele desfilam histórias sobre os artistas, os concertos, as salas e o público da música ao vivo dessa época, fenómeno hoje imparável. Um livro que, certamente, vamos querer muito ler.
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1 comentário:
Ola: volvo ser Emilio Alonso, autor de Vigo a 80 revolucións por minuto. Son analfabeto-funcional-informático e non sei se o outro comenario chegaría.
O primeiro, grazas pola mención do meu libro no blog. Gustaríame contactar con vós para ver de intercambiar material. Teño cousas daquela época relacionadas con Portugal xa que fun un gran promotor da súa música no espacio Atlántico Expréss que facía no programa A Trincheira.
O meu mail: saladino1958@yahoo.es
Apertas
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