sexta-feira, 19 de outubro de 2012

MEMORABILIA #14





















O último poster/conjunto de bilhetes que ainda tivemos paciência de (des)organizar é um espelho da época, ou seja, de 1996 a inícios de 1999. Começa com os Underworld no Rock's de Vila Nova de Gaia (18 de Maio de 1996), evento excursionista com camionetas em peregrinação desde Lisboa e arredores para ver a banda do momento com baterista e tudo, num evento que abriu os ouvidos a muito boa gente para novas sonoridades e tendências. Estivemos na estreia de Bjork por cá (Coliseu de Lisboa, 25 de Junho de 1996), evento adiado, salvo o erro, para uma semana depois (2 de Julho) por doença/indisposição (?) da islandesa. Magnífico o Sakamoto em trio no Coliseu portuense (13 Julho 1996), intensos os Pearl Jam em estreia frenética pelas nossas bandas (24 de Novembro de 1996) com o Dramático de Cascais a assistir à queda livre do irrequieto Eddie Vedder, num super crowd-surf falhado que só parou no solo! O rei BB King, mais uma vez no Coliseu (22 de Março de 1997), mas sem o Rui Veloso, Bodycount, Morphine e Nada Surf num camarote das portas de Santo Antão (1 de Maio de 1977) entre muitas idas ao bar, o Shane MacGowen & The Popes a resvalar e a Neneh Cherry na Queima do Porto. Em Julho, no Parque da Alfândega à pinha e no limite do caos, despedimo-nos para sempre dos Smashing Pumpkins, demos as boas-vindas ao Beck, uma estreia há muito aguardada e, depois de um dia de interregno para uma noite metaleira, voltamos para dançar até mais não com os Fluke e os Prodigy de boa colheita. A "coisa" chamava-se Festival Imperial ao Vivo. Vimos os U2 de uma bancada de Alvalade (11 de Setembro de 1997) a sair de um limão gigante e a dizer adeus e é mesmo verdade - fomos ver os Bush (Coliseu do Porto, 1 de Novembro de 1997 ou 98?), os Offspring, os Foo Fighters (24 de Junho) e os Faith No More (6 de Abril) todos no mesmo sítio e numa onda rock mais dura que não durou muito tempo... Inauguramos o Hard Club com o Mick Taylor dos Stones (20 de Fevereiro de 1998) mas voltamos lá mais algumas vezes: Ocean Colour Scene (9 de Março), The Men They Couldn't Hang (12 de Junho 1998), Deus (9 de Maio), Young Gods, Theraphy? (2 Novembro 1998) e recordamos particularmente os Divine Comedy (9 de Janeiro de 1999), de que só vimos metade do concerto devido a atrasos voleibolísticos e um dos últimos concertos dos Morphine (22 de Outubro de 1998) com Mark Sandeman, com o clube de Gaia a abarrotar por todos os lados! Antes, estivemos na festarola que o Beck deu para a MTV em directo no Coliseu de Lisboa (28 de Maio de 1998) e em três festivais de verão memoráveis: o último Imperial ao Vivo (1 e 2 de Julho de 1998) no chamado Rockódromo das Antas com destaque, entre outros, para o Nick Cave, os Pulp, o Moby e um grande Ben Folds ao piano; a primeira vez no Sudoeste da Zambujeira (7 a 9 de Agosto de 1998) com os inesquecíveis, pela positiva, Portishead PJ Harvey, uns desequilibrados Sonic Youth e, pelas piores razões, os The Cure; a estreia em Coura numa saltada de um só dia (já é habitual...) para ir ver os desprezados Red House Painters (14 de Agosto de 1998). Acompanhamos a família para assistir ao longe ao Plácido Domingo no relvado de Belém (15 de Julho de 1998) por dez contos ou a Carmen de Bizet no Coliseu, hábitos mais clássicos infelizmente perdidos, mas fomos a outros recitais: o dos Bauhaus em versão missa de consagração (Coliseu do Porto, 15 de Novembro de 1998) e o do Prince no Pavilhão Atlântico (15 de Dezembro de 1998), uma benesse de mais de três horas com continuação no Lux e a que, infelizmente, não pudemos aderir. Para terminar, um dia muito especial passado na EXPO 98 escolhido a dedo para ver o Lou Reed na Praça Sony (23 de Setembro de 1998) com oportunidade de ter o homem à distância de um aperto de mão e de uma pequena conversa de circunstância durante a tarde de soundcheck. Pena não termos o "Transformer" à mão para o autógrafo da praxe mas o concerto da noite haveria de ser o único até hoje em que o nosso pai foi a um concerto de rock... A Perfect Day!

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