terça-feira, 30 de maio de 2017
GARETH DICKSON EM GAIA!
O novo festival "Gaia Todo Um Mundo", que se realiza de 15 a 18 de Junho nas imediações do Convento Corpus Christi e restante centro histórico, apesar de repetir alguns nomes que recentemente passaram por perto - Nadine Khouri ou JFDR/Pascal Pinon por exemplo - trás muitos mais e entre os quais está o suspirado regresso do fabuloso Gareth Dickson. Eia... vai ser um mês de rebentar!
segunda-feira, 29 de maio de 2017
TYPHONIAN HIGHLIFE+JAMES FERRARO+DUCKTAILS, Passos Manuel, Porto, 26 de Maio de 2017
A dose tripla de concertos de sexta feira passada, uma aparente mistura de géneros e sonoridades, resultou em cheio... numa desilusão. Coube a Spencer Clark aka Typhonian Highlife, uma enorme figura de gabardine e trejeitos cómicos, começar a experimentação com recurso a um teclado a debitar uma linguagem encriptadamente complexa mas, mesmo assim, surpreendente. As colagens sonoras de tão desconcertantes e inesperadas não são de fácil descrição ou catalogação mas se o objectivo era confundir-nos na preparação de um suposto check in intergalático, ficamos sem dúvida alertados mas não convencidos.
Apresentado como "uma das mentes mais incompreendidas da música de vanguarda", James Ferraro conseguiu sem dificuldade com a sua curta apresentação reforçar ainda mais esse suposto estatuto. Encafuado na traseira do palco, um refúgio sombrio que mesmo assim implicou o uso de óculos escuros (!), ainda estamos na dúvida se efectivamente se fez música ou simplesmente se limitou a carregar numa qualquer base pré-gravada no computador. Enfim... vanguardismos.
Agora que Matt Mondanile assumiu a ruptura definitiva com os Real Estate e tem nos Ducktails o trilho único para as suas canções, uma noite a solo e "descarnada" até que vinha mesmo a calhar. Senhor de uma composição notável em que a guitarra ganha uma primazia pop lambareira, foi com alguma amargura que o vimos carregar num pré-registo orquestral para a totalidade dos temas novos e velhos que escolheu, uma artimanha que teve tanto de inesperado como de inconveniente. O artista é um bom artista e, como diria o censor brincalhão, não havia nexexidade, hum!
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Apresentado como "uma das mentes mais incompreendidas da música de vanguarda", James Ferraro conseguiu sem dificuldade com a sua curta apresentação reforçar ainda mais esse suposto estatuto. Encafuado na traseira do palco, um refúgio sombrio que mesmo assim implicou o uso de óculos escuros (!), ainda estamos na dúvida se efectivamente se fez música ou simplesmente se limitou a carregar numa qualquer base pré-gravada no computador. Enfim... vanguardismos.
Agora que Matt Mondanile assumiu a ruptura definitiva com os Real Estate e tem nos Ducktails o trilho único para as suas canções, uma noite a solo e "descarnada" até que vinha mesmo a calhar. Senhor de uma composição notável em que a guitarra ganha uma primazia pop lambareira, foi com alguma amargura que o vimos carregar num pré-registo orquestral para a totalidade dos temas novos e velhos que escolheu, uma artimanha que teve tanto de inesperado como de inconveniente. O artista é um bom artista e, como diria o censor brincalhão, não havia nexexidade, hum!
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sexta-feira, 26 de maio de 2017
MARK EITZEL, REGRESSO CONFIRMADO!
Dando razão a todos os rumores que circulavam, está confirmado o regresso de Mark Eitzel a Portugal para dois concertos - em Espinho no dia 28 de Outubro, sábado e em Lisboa no dia seguinte. Fica a dúvida se o serão será em versão solitária ou com banda. A ementa para os lados da Costa Verde começa a ganhar contornos gourmet já que está também agendada para o mesmo auditório a estreia de Benjamin Francis Leftwich (quinta, 9 de Novembro) e um outro regresso, o de Mark Kozelek (sexta, 24 de Novembro).
ROCKY RACOON #14
Passam hoje precisamente cinquenta anos sobre a edição em Inglaterra do álbum "Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band" dos The Beatles. Ao oitavo disco de estúdio os de Liverpool faziam história eternamente sedutora e realmente inovadora, embora a nossa adesão e a este álbum tenha sido, no que ao amor pela sua música diz respeito, um tanto tardia... Desde a capa, à sequência dos temas, passando por alguns misticismos referentes a mensagens escondidas e de leitura difícil - bem tentamos várias vezes andar com o disco para trás sem grandes resultados - há muito para escolher quanto ao valor simbólico de um disco classificado como intemporal, mágico e, acima de tudo, imbatível e que conhece agora uma edição plena de extras, inéditos e coisa e tal. It's getting better all the time... sempre!
sexta-feira, 19 de maio de 2017
THE MOUNTAIN GOATS, UM MUNDO GÓTICO!
Com lançamento oficial marcado para hoje pela Merge Records, o décimo sexto disco oficial dos The Mountain Goats tem o simples nome de "Goths" e é mais um desconcertante devaneio de John Danielle a mergulhar, ao mesmo tempo e com o habitual humor negro, na pop dos oitenta e em em líricas explícitas que citam Robert Smith, a Siouxie ou os rebuscados Red Lorry Yellow Lorry... Mantêm-se o bom gosto sonoro e muitas e intrigantes histórias para contar como esta dedicatória chamada "For The Portuguese Goth Metal Bands"! Haverá explicação para isto ou para o facto da banda nunca ter pisado solo nacional?
quarta-feira, 17 de maio de 2017
BEACH HOUSE, LIMPEZA DE SOTÃO!
Faltava aos Beach House uma limpeza no sotão lá de casa. Consequência, um álbum de raridades e lados-b estará cá fora no final de Junho com direito a justificação da própria banda e mesmo a tempo de Paredes de Coura. Apostamos que um best of já não deverá demorar muito mais tempo...
terça-feira, 16 de maio de 2017
segunda-feira, 15 de maio de 2017
QUERCUS, REGRESSA O ENCANTAMENTO!
Sem grandes alaridos ou foguetório, a mítica ECM fez sair no final do mês passado a segunda aventura do projecto Quercus, trio que nos encantou com uma estreia homónima em 2013 e onde a voz de June Tabor, o saxofone de Ian Ballamy e o envolvente piano de Huw Warren se misturam milagrosamente em temas tradicionais e alguns originais. O novo álbum "Nightfall" mantêm a receita, arriscando, entre outros tantos originais e tradicionais, versões de "Don't Think Twice" de Dylan ou "Somewhere" de Bernstein. O encantamento pode começar a fazer efeito através deste caminho...
DOUGLAS DARE, Theatro Circo, Braga, 12 de Maio de 2017
A estreia nacional de Douglas Dare teve em Braga uma noite de boas surpresas... para ambos os lados. O artista, surpreendido com a beleza do espaço de plateia quase plena, mostrou-se bastante animado e entusiasmado para apresentar simplesmente ao piano as canções dos seus dois discos, temas que se confirmaram ao vivo um caso vibrante de composição que a acústica do espaço ajudou a engrandecer. O público, expectante e conhecedor, aproveitou para desfrutar o momento de forma rendida e até espantada com duas versões de alto calibre que aqui deixamos e que, como se fosse preciso, confirmam a qualidade do serão e a elevada fasquia de um talentoso músico.
sexta-feira, 12 de maio de 2017
segunda-feira, 8 de maio de 2017
MATT ELLIOTT, Auditório de Espinho, 6 de Maio de 2017
Apesar do Porto ser, desde sempre, um porto seguro para qualquer digressão de Matt Elliott, o fabuloso disco do ano passado "The Calm Before" não tinha ainda desaguado por perto. A oportunidade de ontem era, assim, o momento perfeito para um reencontro premente com alguma da melhor música folk vinda de terras britânicas e que se viria a concretizar, mais uma vez, num excelente concerto. Alinhando algumas das melhores canções desse álbum com outras pérolas mais antigas, Elliott confirmou uma segurança instrumental notável e uma voz firme e que, mesmo adoentada, espalhou envolvimento e sedução como na versão de "Bang Bang" com que terminou um serão de elevada tensão e categoria.
sexta-feira, 5 de maio de 2017
JAY-JAY JOHANSON, EXCELENTE PARANÓIA!
Sempre tivemos por Jay-Jay Johanson um enorme respeito e até admiração. Irrequieto e activo, com os naturais altos e baixos de um artista que nos anos 90 subiu talvez demasiado rápido ao estrelato, a sua música têm ainda em Portugal uma enorme base de apoio e lembramos bem que foi um concerto seu no antigo Campo Pequeno que em 1998 nos embalou de véspera para uma prova académica de sucesso na manhã seguinte... A visita é recorrente, como a do ano passado para apresentar o seu último álbum "Ópium" em imagens durante o Festival Curtas de Vila do Conde e o estímulo para novas canções é, nota-se, inato e permanente. Não é assim de estranhar que um novo e fabuloso EP tenha já saído em Março, sendo difícil a escolha do melhor entre os cinco temas. Atormentados pela sua subtileza e beleza, recomendamos mesmo assim "Fifteen Years" e o enorme "You'll Miss Me When I'm Gone"...
Entretanto e ainda a saborear convenientemente este registo, surge agora uma nova e grande canção de nome "Paranoid" que será incluída em "Bury the Hatched", novo disco de originais, o décimo primeiro, previsto para Setembro e que Johanson se preocupou em marcar com imagens de amor aos discos de vinil. Para o efeito, convidou a realizadora Laura Delicata para registar uma deambulação sua pela Recofan, mítica loja de Tóquio onde, para além de completar a sua colecção, fomenta uma sofisticada inspiração artística... para nossa sorte!
quarta-feira, 3 de maio de 2017
PVC - PORTO VINIL CIRCUITO #19
Desde a infância sempre ouvimos falar da Casa Caçador na Areosa, uma espécie de "têm tudo" inclusivamente móveis musicais e, claro, discos. Ocupando o rés do chão de um prédio tipicamente "anos 60" revestido com aquele ladrilhado de época, a loja teria duas entradas e duas montras - e, como se comprova, duas linhas telefónicas - precisamente as que hoje são ocupadas pelo inevitável negócio asiático de nome "Chinês Prazeres" no número 338 e uma espécie de pronto a vestir soturno no número 326 da Rua D. Afonso Henriques. Este troço da longa artéria que começa no cruzamento da Areosa pertence ainda à freguesia de Paranhos e é a prova que nem tudo o que fica para lá da Circunvalação já não é Porto embora a rua atravesse ainda nas imediações as freguesias de Rio Tinto, Gondomar e Águas Antas, Maia! Quando compramos este envelope inédito o vendedor confirmou que a loja terá fechado já em plenos anos 90 mas o que é certo é que o enorme e vertical reclame luminoso está ainda por lá bem preso ao prédio, centrado entre duas montras e mesmo por cima da entrada para os apartamentos cimeiros. Outra boa razão para a sua aquisição foi precisamente o disco que estava lá dentro, nada mais nada menos que o enorme "Tin Soldier" dos Small Faces e que na edição portuguesa de 1968 não tinha capa oficial, servindo o envelope de aconchego perfeito a uma malha de enorme calibre... e com direito até com a uma curiosa coloração a lápis da palavra "DISCOS"!
Casa Caçador, Rua D. Afonso Henriques, 326-338, Areosa-Porto |
Casa Caçador, Rua D. Afonso Henriques, 326-338, Areosa-Porto |
terça-feira, 2 de maio de 2017
DEVENDRA BANHART, MUITO LÁ DE CASA!
Da excelente série My Place onde a plataforma Nowness entra casa dentro de criadores artistas ou músicos, chegou agora a vez de Devendra Banhart nos mostrar o seu refúgio inspirador e, neste caso, desanuviador. Excelente... gostamos muito da casa de banho, bem diferente daquela que ficou célebre num afamado video!
segunda-feira, 1 de maio de 2017
JENNY HVAL, GNRation, Braga, 29 de Abril de 2017
Fotografia Luzimentos/Nuno Mendes |
Fotografia Luzimentos/Nuno Mendes |
Fotografia Luzimentos/Nuno Mendes |
O regresso de Jenny Hval para concertos em nome próprio depois da estreia no Mexefest lisboeta de 2015 tinha um cartão de visita impresso a dourado - o disco do ano passado "Blood Bitch". A multifacetada artista norueguesa jogou aí uma cartada decisiva no reconhecimento unânime da sua ousadia sonora, entrelaçando algum experimentalismo electrónico com uma arrojada lírica em torno do sangue e do corpo humano e em que a pesquisa temática a levou, como confessado, a regressar às origens pesadas em que esteve envolvida nas facetas do drone e do black metal. Ao vivo, o espectáculo alcançou alguma hibridez entre um simples concerto e uma perfomance artística, mas a plateia pareceu estar bastante atenta e atraída pelos temas escolhidos, um alinhamento que deu primazia a "Blood Bitch" mas onde se fizeram também ouvir canções mais antigas. Certamente a dividir opiniões e conjecturas, ficamos com a leve sensação que Hval é um daqueles casos em que muita da fragilidade e até intimidade dos seus temas resulta melhor com uns bons auscultadores de que numa sala de concertos... mesmo que seja escura!
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