segunda-feira, 29 de maio de 2017

TYPHONIAN HIGHLIFE+JAMES FERRARO+DUCKTAILS, Passos Manuel, Porto, 26 de Maio de 2017

A dose tripla de concertos de sexta feira passada, uma aparente mistura de géneros e sonoridades, resultou em cheio... numa desilusão. Coube a Spencer Clark aka Typhonian Highlife, uma enorme figura de gabardine e trejeitos cómicos, começar a experimentação com recurso a um teclado a debitar uma linguagem encriptadamente complexa mas, mesmo assim, surpreendente. As colagens sonoras de tão desconcertantes e inesperadas não são de fácil descrição ou catalogação mas se o objectivo era confundir-nos na preparação de um suposto check in intergalático, ficamos sem dúvida alertados mas não convencidos.
   


Apresentado como "uma das mentes mais incompreendidas da música de vanguarda", James Ferraro conseguiu sem dificuldade com a sua curta apresentação reforçar ainda mais esse suposto estatuto. Encafuado na traseira do palco, um refúgio sombrio que mesmo assim implicou o uso de óculos escuros (!), ainda estamos na dúvida se efectivamente se fez música ou simplesmente se limitou a carregar numa qualquer base pré-gravada no computador. Enfim... vanguardismos.



Agora que Matt Mondanile assumiu a ruptura definitiva com os Real Estate e tem nos Ducktails o trilho único para as suas canções, uma noite a solo e "descarnada" até que vinha mesmo a calhar. Senhor de uma composição notável em que a guitarra ganha uma primazia pop lambareira, foi com alguma amargura que o vimos carregar num pré-registo orquestral para a totalidade dos temas novos e velhos que escolheu, uma artimanha que teve tanto de inesperado como de inconveniente. O artista é um bom artista e, como diria o censor brincalhão, não havia nexexidade, hum!



.

Sem comentários: