terça-feira, 25 de julho de 2017

YUSSEF DAYES+DUQUESA & CAVE STORY & RA-FA-EL+GRAVEYARD+JANKA NABAY & THE BUBU GANG, Milhões de Festa, Barcelos, 22 de Julho de 2017

Já lá vão dez anos desde que o Milhões de Festa de Barcelos começou a "derreter fronteiras". Impunha-se, assim, uma investida ao festival mais alternativo do país num dia onde o alinhamento parecia confirmar tal liquidez sonora a começar na razão principal da viagem - Yussef Dayes, jovem prodígio inglês que gravou com Kamaal Williams um grande disco negro de soul ou jazz funk. Veio sozinho, ou seja, a parceria é já passado mas a ajuda de um teclista e de um guitarrista/baixista permitiu confirmar todos os atributos e elogios numa hora em jeito de lição de bateria e a renovação saborosa de uma sonoridade sempre moderna.  



Sem surpresa, a brigada nacional em cima do palco não desiludiu. Há muita qualidade na construção de canções de Duquesa, Cave Story e ajuda de Ra-Fa-El, todos juntos, todos motivados em surpreender e arriscar misturas, reinterpretações ou alongamentos de temas alheios ou em nome próprio que se mostraram eficazes e até arrebatadores. Excelente e (mais) uma prova que a moderna música portuguesa é mesmo um caso sério de talento e diversidade!



Quanto aos suecos Graveyard, que tiveram o condão de juntar uma multidão em frente ao palco principal para ouvir hard rock sujo, ainda não entendemos as razões dos elogios. Um conjunto de trejeitos à Led Zepplin, seja a voz, sejam os solos de guitarra, são um insulto aos próprios Zepplin e o efeito esfumou-se sem fazer fogo numa sequência enfadonha de clishés e previsibilidades. Uma chatice...





Festa, melhor, o início da verdadeira festa de acordo com o estranho fuso horário do Milhões, só começou perto das duas da manhã. Da Serra Leoa veio Janka Nabay acompanhado por um trio de músicos naturais da Síria, Itália ou Havai que se juntam em Brooklyn para fazer Bubu Music, uma etnia musical que se entranha sem contemplações. A eficácia rapidamente foi notada anfiteatro acima numa agitação desinibida e imparável para a qual o festival está há muito vacinado e, seja como for, vocacionado. Foi sempre a "derreter"!    



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