segunda-feira, 30 de outubro de 2006
MÚSICA, nem que seja aos gritos!
Quando hoje ao final da tarde reabastecemos as nossa baterias musicais com novidades em mp3 no local habitual, trocavamos impressões com o “fornecedor” sobre a facilidade de acesso a todo este universo musical que a internet nos permite. Basta ler ou ouvir sobre uma nova banda que em minutos somos capazes de saber que tipo de música e influências a caracteriza, quantos discos editaram e, obviamente, armazenar rapidamente uma serie de ficheiros digitais, ao mesmo tempo que os vamos ouvindo. Curiosamente, logo a seguir damos com um interessante e pertinente artigo no Público de hoje da autoria de Vitor Balenciano chamado ”Alguém desliga a música por favor!” e que começa assim “O excesso de música está a mudar a forma como a experimentamos. A geração iPod já não a ouve, colecciona-a. Nos espaços públicos é omnipresente. Os músicos têm uma infinidade de suportes para a expor, mas também se banaliza mais. A 21 de Novembro, em Inglaterra, vai haver um dia sem música. Estamos a precisar de uma dieta musical?”(...)
Será que sim? Vamos aguentar um dia sem música, sem a “nossa” música? Realmente, toda a música que hoje trouxemos gravada num DVD não fazemos ideia quando a vamos ouvir...Isto é, ouvir como deve ser, como faziamos há 10 anos atrás, sorvendo cada momento de um disco, sabendo as letras de cor, o nome dos músicos e escolhendo as nossas favoritas. Só que agora num simples aparelho ou computador, temos toda a música que ouvíamos há 10 anos, há 20 ou 30 anos, mais toda a música nova e moderna em versão ainda inédita, ao vivo ou demo, remisturada ou remasterizada, pirateada ou ripada que já não sabemos o que é que faz parte do disco original, dos singles, dos inéditos ou bónus... O que é certo é que não disistimos e quanto mais temos mais queremos ter. Doença? Talvez, mas mesmo assim e respondendo à pergunta, não precisamos, para já, de uma dieta musical. No tal dia 21 de Novembro vamos aproveitar para iniciar uma outra dieta... a de trabalho!
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5 comentários:
(Agora sim)
Ok, dois pontos:
1 - O dia sem música é um evento estúpido e sem qualquer tipo de efeito práctico, seja ele nefasto, positivo ou objectivo de qualquer forma. É obviamente casmurrice da mais bruta.
2 - Concordo com o cronista quando diz que a geração I-Pod colecciona música. Discordo com a certeza com que afirma que não a ouve.
Sempre que vou ao meu dealer de Mp3 - que só por acaso também é o teu, Miguel - não resisto a passar os dias seguintes a fazer o famoso zapping musical. Não consigo, porque não consigo, ouvir um álbum de fio a pavio. Salto músicas, salto músicos, crio playlists novas e assumo: sou um descontrolado musical.
Contudo...
todos os dias tenho surpresas. Boas e más.
Como sou fã do shuffle, várias são as vezes em que tenho de pegar no fiel amigo para me assegurar do nome do responsável pela música que acaba de me surpreender. Ás vezes músicas que estão no I-Pod há meses, mas ás quais nunca tinha dado a devida atenção.
É claro, gostava que o meu dia tivesse 36 horas, e que as pudesse gastar a ouvir tudo - mesmo tudo - o que é editado diariamente...
Mas depois penso que gostava de fazer o mesmo com todos os filmes que estreiam por semana no mundo, e com todos os livros...
e concluo que teria de viver mais do que o José Hermano de Saraiva para conseguir um feito desses.
Dia sem MÚSICA? PORQUÊ???
Esse senhor, o Balenciano, deve estar a braços com alguma crise de meia idade que lhe está a toldar as vistas...
As coisas boas da vida nunca são um excesso e quem gosta realmente de música ouve-a, não se limita a coleccioná-la.
E que mania irritante a do "antigamente é que era bom...".
Assumidamente me declaro musicoiPODdependente e mesmo sendo quase humanamente impossível dar ouvidos a tudo o que aparece quase diariamente, é bom saber que existe e está lá, à distância de um clik.
Confesso que por vezes me sinto um pouco perdido perante a esmagadora quantidade de música que ainda tenho para ouvir. Perdido…de felicidade.
Sendo um music junkie assumido, tenho vivido estes primeiros cinco anos A.i. (After iPod) naquilo que em puto imaginava ser o paraíso: acesso ilimitado e imediato a toda a música e a possibilidade de a poder transportar sempre comigo.
Atravessamos uma época verdadeiramente excitante, está a acontecer uma revolução e nós fazemos parte dela.
Por isso, um dia sem música? Nem morto. Eu só com os escassos segundos de silêncio que medeiam os temas de um album começo logo a ressacar…
Eu não disse, en não disse!?
Ainda hoje, vinha eu calmamente pelas ruas do Porto quando me deparei com uma das descobertas do ano.
E num disco que já habita o mei I-Pod há séculos.
Chama-se Sweet Sublime, pertença de uma senhora Molly Johnson, e está incluido no Blue Note Trip...
Linda!
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