sexta-feira, 2 de novembro de 2007


JP SIMÕES
Tertúlia Castelense, Maia, 31 de Outubro
O belíssimo auditório/café da Tertúlia Castelense é o espaço ideal para receber concertos intimistas e descontraídos como o de JP Simões de quarta feira passada. A palavra tertúlia faz ainda mais sentido, já que o músico dividiu a sua actuação em duas componentes: música e discurso. Entre cada tema Simões disserta sobre como o escreveu e burilou, sempre de uma forma satírica-cómica, num verdadeiro espectáculo de, neste caso, “seat-down comedy”! Amores e desamores, amizades e inimigos, música ou filosofia, tudo serve para, fumando sempre um cigarro, aludir desconcertantemente sobre tudo. Esta prática parece servir para, segundo ele, esconder os nervos para o que conta também com a ajuda de um copo de vinho e, certamente, de muitos outros copos prévios... Quanto á musica, tocada simplesmente à guitarra, percorreu o magnífico universo do recente álbum a solo “1970”, mas não dispensou temas do QuintetoTati e de a Ópera do Falhado, para a qual escreveu o libereto. Quase sempre em toada bossa nova, é em temas como “Só mais um samba” ou “Vestido Vermelho” que a letra cantada em português resulta na perfeição. JP Simões é um magnífico escritor de histórias que a composição musical tranforma em certeiras e brilhantes canções. Entre outras, as versões de “Inquietação” de José Mário Branco ou “Gota de Água” de Chico Buarque melhoram ainda mais o panorama. Duas horas e tanto depois, numa sala cheia e descontraída, há sorrisos em todas as faces e a sensação que o tempo passou tão depressa. Um concerto/perfomance inqualificável, mas que foi intenso e descontraído, a sério ou a brincar mas de certeza inesquecível!

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