A apresentação única da canadiana Jessica Moss pelo Minho teve, aparentemente, uma excelente repercussão. O evento estava esgotado há alguns dias mas olhando à ocupação da sala onde saltavam à vista metade das cadeiras vazias, um fenómeno de entroncamento estranho deve ter acontecido para que alguns tenham sido privados, por antecipação, de assistir ao concerto da violinista dos A Silver Mt. Zion... Penoso!
Antes da anunciada estreia de temas do mais recente "Entanglement", Moss preparou o ambiente escolhendo um pedaço de chamada "Jewish Music" para alongar as cordas e quebrar algum do gelo, uma sonoridade que se assumiu como fundamental em "Pools of light", álbum anterior de feições mais tradicionais mas onde a experimentação é, mesmo assim, parte essencial da sua beleza. Seguiram-se, então, três andamentos do disco deste ano com direito a explicações prévias para vincar a sua constante preocupação em criar e gravar música como forma de entrelaçar e misturar emoções, sentimentos e, acima de tudo, sensações. À simplicidade crua do som do violino foram-se então justapondo outros ruídos ora distorcidos ora alongados que culminaram em quase dez minutos de um lamento de vozes sobrepostas de lindíssimo hipnotismo memorial e catártico. Inspira...dor!
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