segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

WILLIAM TYLER, A OESTE HÁ ALGO DE NOVO!

Sem que nos preocupemos sequer com as explicações, há uma certa transcendência que emana da música do americano William Tyler. Seja dos arranjos, do virtuosismo ou dos ares de Nashville, o aparente e simples abuso de pegar na guitarra eléctrica para nos seduzir com instrumentais fora de moda acaba numa saudável virtude que mestres como Ry Cooder ou até Norberto Lobo insistiram e insistem em praticar para gáudio de sensores auditivos descomplexados. O próximo álbum a sair em Janeiro tem o nome de "Goes West" e resulta da migração ocidental de Tyler para Los Angeles onde a casa Zebulon, ela própria "imigrada" de Brooklyn em 2017, passou a ser o santuário de todas as colaborações e partilhas/residências artísticas. A incubação de um novo trabalho com a participação da talentosa Meg Duffy (Hand Habbits) que se pode, desde já, comprovar no mais recente registo video de um dos originais, recebeu ainda a ajuda de Bill Frisell, do baixista Brad Cook, do baterista Griffin Goldsmith (Dawes) ou do teclista e conterrâneo James Wallace mas onde Tyler se agarrou unicamente a um tipo de guitarra, a acústica, para se "limpar" de distracções laterais, aditivos líquidos ou electricidades dinâmicas. Solicita-se, já agora, uma sensorial aproximação oriental que perdemos há dois anos e que urge experimentar a três dimensões sem mais demoras.



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