O mentor de sempre, Robin Pecknold, reconhece a sua ansiedade e preocupação constantes vertidas na concepção, composição e registo das canções, na qualidade da sua voz, nas reacções ao novo projecto por parte de amigos, artistas e fãs e até na aparente sorte em fazer aquilo que gosta. Mas desde a chegada da pandemia em Março, estes supostos problemas como que desapareceram do seu dia a dia pela comparação com realidade de um país em derrapagem e uma sociedade em desegregação. A música, afinal, pode ser dispensável e os concertos adiados e sem data para recomeçarem mas, no seu caso, ela continua a ser essencial como uma roda gigante que vai rodando, nestes novos tempos, um pouca mais devagar e de forma mais subtil.
Para acompanhar o álbum foi gravado um road-movie com o mesmo nome que estreou esta tarde e que pode ser, desde já, visualizado na sua totalidade (55 minutos). Realizado por Kersti Jan Werdal e produzido pelo próprio Pecknold, nele somos transportados para as paisagens do noroeste americano onde nos cruzamos com animais e pessoas que por lá vivem e habitam, uma colagem de imagens notável e pacificadora em formato de 16mm e onde rodam os quinze originais.
No disco colaboram, entre outros, Hamilton Leithauser, Daniel Rossen (Grizzly Bear), Kevin Morby e até Tim Bernardes que canta em bom português no lindíssimo "Going-to-the-Sun Road" (a propósito, Pecknold reconhece João Gilberto como uma das grandes inspirações para os novos temas ao lado de Nina Simone, Arthur Russell e Sam Cooke). Há ainda um sample de Brian Wilson, uma outra influência, em “Cradling Mother, Cradling Woman”. O disco, em formato de vinil, só estará disponível em Fevereiro em bonita cor avermelhada...
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