sábado, 21 de novembro de 2020

THE DIVINE COMEDY, CARTA DE TRINTA ANOS!
















Em 1990 Neil Hannon dicidiu começar a registar e editar discos como The Divine Comedy, uma façanha infindável traduzida numa dúzia de marcantes álbuns de originais e centenas de canções de um dos mais brilhantes compositores da sua/nossa geração. A comemoração é assinalada com a reedição melhorada de nove desses discos em vinil e também uma caixinha que recebeu o baptismo de "Venus, Cupid, Folly and Time - Thirty Years of The Divine Comedy" onde cabem vinte e quatro CD's exaustivos espalhados por doze volumes. Destaca-se a compilação inédita "Juveneilia" com raridades dos tempos distantes de 1984, uma selecção aprumada pelo próprio e que não dispensa "Fanfarre For the Comic Muse", o disco "perdido" de 1990 e os cobiçados EP's "Timewatch" e "Europop" do ano seguinte. Acrescenta-se um livro com parte significativa das líricas escritas religiosamente por Hannon e a reprodução de algumas das originais folhas manuscritas. 

Apesar dos centro e quarenta euros de custo, o tesouro posto a descoberto desde Agosto rapidamente evaporou o stock mas surge agora nova fornada com um excelente e atractivo bónus de bom gosto - uma carta do artista ("Letter from the Artist") escrita e assinada por Hannon e impressa de forma limitada e numerada à moda antiga, isto é, usando tipos móveis e máquinas vintage ainda plenamente funcionais! A cortesia ficou a cargo da The Letterpress Collective de Bristol, uma das muitas oficinas reactivadas ou remontadas mundo fora que não deixam perder a memória dessa secular e sempre surpreendente técnica chamada tipografia que tanto adoramos. Para o efeito e em termos técnicos, foi usada uma Heidelberg de moinho de 1964, como se confirma na imagem superior, e também um conjunto de caracteres em chumbo Monotype Garamond desenhados nos anos 40 mas de rasto no século XVII. Esta impressão, para a eternidade, em papel reciclado e tinta apropriada de cabeçalho a vermelho e texto a negro, faz com que cada folha seja um pedacinho de história irrepetível e, isso mesmo, apetecível! 

Quanto a exemplares expressos do talento de Neil Hannon há, certamente, múltipla e difícil escolha para evocar esta caminhada, de pérolas escondidas como "Lost Property" ou clássicos épicos como "Our Mutual Friend". É só escolher...



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