sábado, 28 de novembro de 2020

(RE)VISTO #81






















BRUCE SPRINGSTEEN - WESTERN STARS 
de Thom Zimnv e Bruce Springsteen 
E.U.A., Warner Bros. Entertainment, 2019 
TVCine Edition, Portugal, 19 de Novembro de 2020 
Agora que o novo álbum de Bruce Springsteen anda em rodagem acelerada e se confirma um regresso ao velho som rock que só a E Street Band sabe fazer e onde reaparece a famosa harmónica do Boss, quis o nosso programador-mor televisivo fazer o obséquio de nos lembrar que do álbum "Western Stars" de 2019 havia um filme-concerto paralelo que merecia uma olhadela descomprometida e, mesmo assim, obrigatória para quem, como nós, gostou e gosta tanto desse disco.

Trata-se de um desfile das treze canções e uns pozinhos em versão ao vivo de reduzida lotação e intimidade acomodada num centenário celeiro propriedade do artista, local onde durante duas noites de Abril desse ano Springsteen interpretou as canções ao lado de uma verdadeira orquestra de cordas e metais e uma série de colaboradores e instrumentistas. Cada um dos temas tem um preâmbulo filmado no exterior em assumida forma de meditação, ora no Joshua Tree National Park ora num qualquer bar de New Jersey a que por vezes se juntam imagens antigas do próprio e da família, na companhia de cavalos ou da inseparável pick up vintage El Camino. Argumenta-se um a um com uma história, com um ensinamento ou sugestão sobre as agruras ou conquistas da vida, a amizade ou o amor e os irresolúveis dogmas da mentira e da solidão naquilo que parecem confissões biográficas mas que, sem certezas, encaixariam num qualquer papel fictício por ele inventado... 

Quanto a esta primeira experiência do Boss como realizador, embora em parceria, talvez seja de notar um excesso de clichés e câmaras-lentas sobre-produzidos nesses apartes introdutórios mas o lustro e polimento do personagem acaba por, mesmo assim, nunca abafar o outro e o mesmo, esse sim, bem mais interessante - em cima do palco com uma panache maior ao lado da esposa e com algumas boas surpresas nos arranjos e instrumentos como o banjo, o acordeão ou o piano, fazendo realçar ainda mais a surpreendente qualidade dos temas e de como os cantar com uma classe inquebrável e de que "Sundown" será, para sempre, um cintilante modelo-canção.                


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