Não havia que enganar. A plateia bem composta e conhecedora do receituário era, pois, dessa insigne destreza
saída da guitarra que estava à espera, o que foi prontamente aviado em pouco mais de uma hora de submersão sonora pelo mestre guitarrista que, para o efeito, contou com a ajuda de um baixista e um baterista. Notou-se, ainda assim, alguma verdura no entrosamento com o percutidor que, ouvimos, só na véspera se tinha juntado em estreia ao restante duo, o que não retirou ao recital nem uma pontinha de mérito.
A celebração teve, como se pedia, aquele toque de requinte a roçar um preciosismo escorregadio que ainda faz falta e que, quase anacrónico, se reveste de uma hibridez polida e atmosférica para, lato sensu, se abastecer no e pelo jazz para contar histórias ou pintar paisagens cativantes de uma suposta exposição/assemblage. Parece fácil, mas só um prodígio como Mansur Brown o pode conseguir com tamanho nível de precisão e envolvência, um género de curadoria performática a que foi impossível resistir. Saboroso!
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