segunda-feira, 9 de abril de 2007


LUNARIDADES #6

. desde a sua abertura, uma ida qualquer à Casa da Música desperta invariavelmente algumas críticas, partilhadas, ao que sabemos, por imensa gente. Somos frequentadores habituais do espaço, embora não com tanta regularidade como gostaríamos, por razões diversas, principalmente aquelas que apontamos abaixo a propósito da Ute Lemper... Comprendemos as regras de segurança e funcionamento, mas mesmo assim, os repararos são ainda e sempre os mesmos: proibições flutuantes quer quanto a fumar ou beber dentro da Sala 2, já que na sala principal pensamos não existirem cedências. Umas vezes sim, outras não, uma hora antes sim, duas horas depois já não, garrafas não, copos sim ou ao contrário. No sábado, para tirar fotografias era preciso uma credencial mas algum tempo depois já não era necessário! Incompreensível também o ar ameaçador daqueles seguranças disfarçados (com fatinho e tudo), em circulação constante, com uma antipatia sobranceira e desnecessária, tendo em conta os eventos e o tipo de espaço público em questão. A CDM não é uma loja de perfumes...;

. estrearam a semana passada dois dos filmes mais polémicos dos últimos tempos: “300” e “Inland Empire”. Quanto a este de David Lynch estamos a ganhar coragem e vontade para a experiência ... No que se refere a “300”, os rios de tinta e papel que a película faz correr só beneficiam os cofres das produtoras. Se cada filme de guerra, batalhas, ou conflictos com base em factos verídicos fizessem tanta mossa, então o ocidente e o oriente, os bons e os maus, os fracos e os poderosos, os ricos e pobres nunca existiram e são uma invenção da História... ou dos jornais! Visualmente espectacular, as representações e argumentos são, contudo, sofríveis e até a música nos pareceu desajustada. Como alguém dizia, um belo “filme de pipoca” da loja dos 300;

. o IPod salva! Já devem ter lido a rábula do soldado americano baleado no Iraque mas que um Ipod (20GB) guardado na farda impediu de morrer. Bem ao jeito dos ianques, que logo divulgaram as fotografias do aparelho danificado, a história vem provar que até na matança é na música que se encontra a inspiração ou alienação, tipo Apocalypse Now. Apostamos que o iraquiano/rebelde(?) que morreu não tinha um Ipod, nem um “simples” Shuffle de plástico. Apostamos também que o americano estava a ouvir o “Death around the corner” do 2Pac;

. ainda temos por hábito comprar a revista mensal Blitz. Apesar do pouco carisma e consistência da publicação, lá vão aparecendo alguns artigos com piada e pertinência. O que é particularmente fraco e pobrezinho é o acompanhamento investido nos diversos (muitos!) concertos que se realizam em Portugal em 30 dias. Na edição de Abril são duas míseras páginas;

. durante o fim-de-semana, alguém nos diz que visitou uma loja de música no Porto com imensas novidades em cd mas a única coisa que comprou foram 2 singles em vinil apesar de não ter gira-discos em casa! Esta doença, tal como previmos, é muito contagiante!

1 comentário:

Anónimo disse...

300 é meramente a adaptação ao cinema da obra de Frank Miller autor que, evidentemente, não pretendeu fazer qualquer referência às situações que se vivem no Iraque e no Irão; e muito menos o pretenderam os produtores e argumentistas do filme. As interpretações e polémicas extemporâneas ficam para quem as quis fazer - nem sequer terão afectado significativamente os números de bilheteira. Aliás, Frank Miller, para começar, e depois o protagonista e o realizador, eram motivos suficientes para arrastar aos cinemas as multidões que efectivamente por lá têm passado.
Respeito o direito que cada um tem à sua opinião, mas usar o termo sofrível para descrever qualquer aspecto do filme, é, no mínimo mauzinho. Estará em exibição mais algum filme chamado 300? Ou foi a pipoca que desviou a atenção do filme?