quinta-feira, 13 de setembro de 2007


PELA ESTRADA FORA
Havia aquele disco comprado na Bimotor saboreado vezes sem conta, havia os Go Betweens a cantar a misteriosa “The house that Jack Kerouac built”, havia os The The e o inesquecível “The Beat(en) Generation”, havia o “Easy Rider”, havia aquela aura libertadora e misteriosa sobre um livro do qual sempre ouvimos falar e que os mais velhos elogiavam, havia uma vontade imensa da fazer a Route 66 para o que fomos pondo algum dinheiro à parte (talvez um dia JP), havia aquela sensação de que estavamos a perder algo inesquecível. Mas não havia o livro em nenhum lado e quem o tinha guardava-o só para si! As edições antigas estavam esgotadas, a Amazon ainda era desconhecida. A curisosidade era sempre adiada... Até que foi finalmente reeditado! Em três dias de férias marítimas devoramos aventuras, ambientes e paisagens, imaginamos e queríamos ser Sal Paradise, a personagem principal, o próprio e autobiográfico Kerouac. Arrojado, solitário e solidário, sedutor e gentil, cool e aquela vontade de partir, sozinho, sem relógio ou calendário, à deriva. Porque o livro faz agora 50 anos, porque é um dos livros na nossa vida, porque ainda não perdemos a esperança de o reler lá, na América profunda e porque nos inspira continuamente, façam o favor de o ler pelo menos uma vez... ou duas!

As únicas pessoas autênticas, para mim, são as loucas, as que estão loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, que não bocejam, mas ardem, ardem, ardem como fabulosas grinaldas amarelas de fogo-de-artifício a explodir

Jack Kerouac Explains On The Road

2 comentários:

Anónimo disse...

Da route 66 já só existem uns quantos quilómetros! Não sabia que andavas à procura do livro, tinha-to emprestado (também tenho uns filmes baseados tanto nas personagens "fictícias" como nas reais).
Mais um motivo para vires visitar a editora, para chegares cá também te basta vires "pela estrada fora"...

José Miguel Neves disse...

Já li o livro há quase 10 anos...(1998). Já agora a editora podia aventurar-se a publicar a recente edição americana comemorativa do livro, revista e aumentada e não censurada... Isso é que era;-))