segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

THE FALL, Clubbing/Casa da Música, 17 de Janeiro de 2009


Desde os anos oitenta que sempre ouvimos falar dos The Fall, quer seja no Blitz de então, quer em programas especializados na rádio. O que é certo é que nunca lhe demos muita atenção, a não ser a histórias “rock & roll” paralelas envolvendo o carismático Mark E Smith. Não temos a certeza se esta foi a primeira visita ao Porto, mas muitos dos aficionados de longa data cedo se concentraram mesmo na frente de palco e entre ao público que enchia a sala notavam-se presenças de gente “madura”, expectante e curiosa. Claro que da banda original só resta Mr. Smith, mas esse foi um pormenor a que ninguém deu muita importância. O som característico da banda fez-se notar, baixo fortíssimo em catadupa e a lenga-lenga vocal, muitas vezes incompreensível, de um Mr. Smith bem disposto e em constante vaguear. Em alguns momento o esquecido vocalista teve que recorrer a cábulas com as letras, facto assumido com inteira descontracção. Pairou, contudo, uma pose algo resguardada e uma aparência mais clean, a que não deve ser alheia a misteriosa Srª Smith, teclista chique de nome Elenor Poulou, com quem Mark se casou em 2001 e com quem foi às compras na véspera nas lojas da Av. da Boavista (temos testemunhas...). Os tais aficionados celebraram cada tema como se fosse o último, acicatando Mark E-Smith, vigiando de perto cada movimento, tendo um deles feito umas “festinhas” nas pernas de Mark sem que este se tivesse importado ou dado conta! Um único tema no encore serviu para rematar um bom concerto e serviu ainda para nos recordar que devíamos ter dado, desde sempre, mais atenção aos Fall!
(+ tarde ou + cedo video HugTheDj!)


Seguiram-se os Steed Lord, “a melhor banda de música electrónica islandesa”, segundo o programa impresso da CDM. Ora aqui está um exemplo perfeito de que nem tudo o que é nórdico é bom! Num primeiro momento, dois dj’s aqueceram/arrefeceram o ambiente ao som de Justice, Daft Punk e outros, como se fosse uma grande novidade! Depois, aos mesmos dj’s, juntaram-se um duo alourado, ela de lantejoulas, ele de pala irritante e RayBan Wayfarer (uhh, so fashion!), numa megamix electro-choque de bradar aos céus. Damos por nós a pensar no que terá passado pela cabeça dos programadores responsáveis da CDM no agendamento de tamanha aberração e duvidamos até que tenham previamente escutado alguma da sua suposta música... Ainda tentamos discernir se “aquilo” tinha algum truque ou outro significado, mas não foi preciso muito tempo para concluir que “aquilo” era nada! Compreendemos e concordamos que a CDM deve estar aberta a novas propostas e a múltiplas formas de música, mas não pode cair nestes incompreensíveis erros de casting que, infelizmente, se tem repetido. Abandonamos o lugar, quer dizer, o lagar, ao fim de quinze minutos, mas já o azeite começava a escorrer... Tirem a prova!

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