quinta-feira, 21 de outubro de 2010

NILS FRAHM + HEATHER WOODS BRODERICK, Auditório do Museu D. Diogo de Sousa, Braga, 20 de Outubro de 2010































Uma noite calma de música era, certamente, o que a maioria das seis dezenas de pessoas que preenchiam a sala do Museu esperavam. Embaladas pela leveza e beleza de ambas as prestações, dividida em duas partes, o resultado foi bastante agradável. Na primeira delas, actuou o jovem pianista Nils Frahm, que com três longos andamentos de raiz clássica, mas onde foram notórios alguns laivos de improvisação e contemporaneidade, cedo conquistou o silêncio e atenção do público. De execução intensa e composição brilhante, a música de Frahm não demorou muito tempo a entranhar-se e a remeter-nos para uma imaginária banda sonora cinematógráfica. Uma prestação, a todos os níveis, surpreendente.
Chegou depois a vez de Heather Woods Broderick. De guitarra eléctrica emprestada e, como confessado, há alguns meses ausente do palco, a estreia portuguesa decorreu, mesmo assim, sem sobressaltos. Obviamente, que demorou algum tempo a afinar as cordas e a libertar-se de algum nervosismo que uma voz segura e suave disfarçou primorosamente. Do álbum "From the Ground" (2009), gravado a meias com o seu irmão Peter, retirou a maioria dos temas eleitos, com destaque para "Cottonwood Bay" e "Turned", dois exemplos maiores de beleza e talento. Claro que multiplicidade de instrumentos e ambientes que transparece do disco tem, numa apresentação vivo, muitas limitações, mas que um pequeno leitor de cassetes a servir de base permitiu, por vezes, colmatar. Já ao piano, incluindo um dueto simultâneo e acrobático com Nils Frahm, viveram-se os momentos mais aplaudidos do espectáculo. Resumindo, uma noite de confirmação de talentos que urge descobrir e espalhar.         

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