quinta-feira, 19 de maio de 2011

DUBLIN: ELE HÁ DIAS ASSIM...

e em duas horas, no fim da madrugada, levantamos voo, saímos da rotina e entramos em órbita. Deambulamos por ruas, reparamos nas estátuas, nas casas, nos jardins, nas pessoas e nalguma timidez das irlandesas. Havia uma estação de rádio num camião e sempre muita música e cerveja em bares e pubs de chancela James Joyce e onde se gosta mais de rugby que futebol. Tivemos vontade de jogar snooker, de nos sentarmos a ler o jornal e de ficar à conversa com gente simpática e curiosa. Ao fim de duas ou três half pint's, ainda a manhã ia a meio, notamos as estradas fechadas por causa de uma rainha inglesa que por lá andava quase incólume. Ruas limpas, muitas bicicletas, cores fortes nas lojas e fachadas, mas faltava pouco para que um azul-branco se espalhasse sem sobressaltos. Almoço bem servido em Grafton St. e o regresso ao pulsar da cidade em mercados de flores, lojas de cabeleiras ou de vinis a que, estranhamente, acabamos por resistir. Mais uma ou duas pint's para o caminho, agora no Temple Bar, entre cânticos ruidosos mas onde o convívio adiou rivalidades e uma canção dos U2, cantada ao vivo, uniu gargantas. Em Fleet St., a rebentar de festa, entramos no Oliver Cogarty ao som perfeito do "Brown Eye Girl" do Van Morrison entre danças e muitas palmas para a dupla simpática que por ali animava o recinto. Vimos o Trabant dos U2 no Hard Rock Café e uma casaca do Ike Turner, guitarras do Ron Wood e discos de ouro dos Beatles. Abrimos, finalmente, um jornal e ele lá estava, o Walsh dos velhos tempos e recordações do Salgueiros e do Boavista! O sol tímido espreitava entre nuvens, mas a hora era de holofotes. Um dia, voltaremos com mais tempo a estas ruas. Um jogo, um simples jogo, era afinal o motivo de tudo isto. O resto é, já hoje, história, a de sempre, a da vitória.    


 
 


 

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