quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

THE STEPKIDS, Plano B, Porto, 7 de Dezembro de 2011













Tal como se comentava ontem com o amigo habitual destas andanças, nos últimos anos o Porto tem tido sorte na rapidez com que novos e prometedores projectos ou artistas acabam por se apresentar, ainda frescos, por palcos pequenos no tamanho mas vibrantes na proximidade. Foi o caso, entre muitos exemplos, de Kurt Vile nos Maus Hábitos (Dezembro de 2009) ou dos agora badalados Real Estate no Plano B (Fevereiro de 2010) e com os Stepkids seria previsível que aconteceria o mesmo. Em todos estes espectáculos são músicos humildes que montam e desmontam os instrumentos, experimentam recursos, vendem directamente os seus discos em bancas improvisadas e atiram-se de cabeça para a frentre dum palco que desconhecem e de um público também ele expectante e pronto a ser surpreendido. Com um magnífico álbum como cartão de visita, o trio norte-americano, que fazia a estreia por cá, apostou na simplicidade e eficácia e, claro, foi o suficiente para se tornar memorável. Vestida de branco, cor dos panos com que cobriram a restante aparelhagem, a banda entrou decidida a fazer estragos, enquanto umas eficazes projecções coloridas ao jeito psicadélico preenchiam a totalidade do palco. Som pleno, principalmente o brutal baixo do também vocalista Dan Edinberg e que, especialmente em "Sweet Salvation", foi uma das pedras de toque de uma noite, já madrugada, pela qual valeu a pena a espera. Há por ali muito treino, traquejo e mestria no tratamento soul/funk/rock de canções como "Shadows on Behalf", "Suburban Dream" ou "Cup Half Full" que, em versão ao vivo, ganham uma ainda maior dimensão sónica e experimental, ou não fossem os Grateful Dead, como confessado, um dos guilty pleasures assumidamente reconhecido. Não há que enganar, pelos Stepkids repousará uma das coroas de glória de 2011 prontinha a transformar-se num fenómeno musical de eleição para o próximo ano. Eles bem o merecem.







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