Quanto a Feist, a rendição prévia seria mais que previsível. Estava por confirmar como se faria a transposição ao vivo de "Metals", um disco delicado e burilado ao pormenor, mas o exame decorreu sem contratempos. Cada vez mais um verdadeiro animal de palco, como já tinhamos comprovado nas duas anteriores passagens pela Invicta, a canadiana tem nesta digressão uma ajuda de peso que dá pelo nome de Moutain Man, um trio vocal que é um espectáculo dentro do mesmo espectáculo. Alinhamento estratégico, cenários sóbrios, eficazes, arranjos surpreendentes como no caso de "Mushaboom" e uma competência técnica irrepreensível a que se junta aquela voz inconfundível, magnífica. Lições mais que estudadas para agarrar a plateia, entre alfinetadas Lisboa/Porto ou coreografias a preceito, mas talvez não fosse preciso passar tanto tempo a confirmar a proveniência geográfica diferenciada do público. Espanhóis eram mais que muitos, isso é certo. Não faltou um "Limit To Your Love" outras vezes esquecido mas que agora faz ainda mais sentido ou não tivesse James Blake despertado o vício. Encores foram três, em parte sozinha à guitarra, entre demonstrações de afecto (um "we all love you" sonoro soube muito bem) e pedidos como o que insistentemente recaiu em "Inside Out" que, apesar de não alinhado, foi cantado em coro pelo público ao jeito de provocação e a que Feist não pode resistir, aderindo de pronto ao balanço. Um noite sem fanatismos exacerbados e sem ser de consagração, porque de uma artista já tão madura só queremos continuar a ter o previlégio de escutar e partilhar o seu talento. Ainda bem.
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