O talento de Patrick Wolf está sempre a ser posto à prova. Sozinho em cima do palco com o violino como parceiro (Santa Maria da Feira, 2005) ou acompanhado por uma verdadeira banda (Braga, Theatro Circo, 2007) o inglês impressionou-nos sempre pela magnífica construção de canções que ao vivo, apesar da complexidade sonora, brilharam na perfeição em ambos os formatos. Faltava, então, uma experiência como a de ontem à noite, um semi-acústico descomprometido de revisão da matéria que despisse a tal complexidade e a destapasse sem vergonhas. O resultado, na maioria dos casos, pode ser classificado com um "bom com distinção", embora algum desacerto na afinação dos instrumentos ou na posição da voz tenham soado perigosos. Corrigidas as falhas, a plateia quase esgotada da Casa das Artes mostrou-se receptiva ao novo formato e bastante agradada com o alinhamento que verdadeiramente só começou a fazer efeito lá mais para o fim com aquelas canções mais esperadas como "The City" ou "The Magic Position" a merecer acompanhamento tímido com palmas ritmadas. Uma noite de conquistas, mais uma, que confirma Wolf como um artista pouco acomodado ao mainstream, arriscando sem perder o charme e triunfando com aquela naturalidade só ao alcance dos predestinados.
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