A pretexto da apresentação do último "Bloom", o regresso ao Porto dos Beach House só poderia ter um desfecho apoteótico. Sala à medida, longe de anfiteatros desajustados, som sem mácula, cenários e luzes sóbrias e quase todas as canções de um álbum mais que decorado e assimilado pela esmagadora maioria. Claro que houve algumas recordações (maravilhoso "Astronaut") mas a banda ainda ofereceu, para os mais distraídos, um "Equal Mind" (lado B do single "Lazulli") da mesma colheita vintage que fez do disco uma receita muito difícil de ser ultrapassada. Canções, nada mais, sem palminhas ou discursos elogiosos ao país ou ao clima, já que era delas que estavamos à espera há algum tempo, sem olhar a este ou aquele alinhamento pois muitas outras pérolas acabariam sempre por ficar de fora. Uma noite para não esquecer, como a própria Victoria fez questão de vincar, nivelada por uma intensidade natural, verdadeira, sem truques e culminada com um "Irene" simplesmente brutal. Agora que pairam dúvidas sobre o futuro mais próximo e que algum desalento (cansaço?) tomou conta da banda (confirmado na troca de impressão tardia e informal que acabamos por ter em plena rua com Alex Scally antes da entrada no tourbus), são já hoje muitas as saudades de um tamanho abanão!
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Companheiro dos Beach House na mais que recomendável Bella Union, coube ao simpático Marques Toliver a tarefa desafiante de abrir a noite de música. Fê-lo, diga-se, de forma excelente mercê do seu mais que óbvio talento com o violino mas sobretudo pela potência de uma voz soul timbrada entre um John Legend e um jovem Kiwanuka. Meia hora sem rodeios e de boa disposição, grandes canções de um primeiro EP que foi pena não estar à venda no local, mas adivinha-se um álbum de estreia que, certamente, confirmará Toliver como uma das principais surpresas de 2013. Cool, Marquiis!
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