O Dia Mundial da Música que hoje se comemora talvez seja uma boa oportunidade para dar início a uma prometida rubrica alusiva a casas de venda de discos, vulgo discotecas, que nos preencheram a juventude e que agora estão praticamente extintas na cidade do Porto. O circuito não pretende ser exaustivo até porque não nos lembramos de todas e, possivelmente, não chegamos sequer a entrar em muitas delas, mas o objectivo é que se avivem memórias também do vosso lado para que à história de cada um dos locais se juntem referências a discos por lá comprados, bandas, artistas ou até encontros imediatos com alguns deles! A primazia, claro está, é o suporte em vinil, conhecido por PVC (Policloreto de Vinil), acrónimo que dá título a esta nova etiqueta e que era por vezes, no seu formato single, embalado ao jeito de presente numas pequenas embalagens em papel devidamente decoradas com marca da casa. Aleatoriamente, é delas que nos socorremos para percorrer o tal circuito portuense.
Verdadeiro ninho de discotecas, a Rua de Santo António, actual Rua 31 de Janeiro, era um clássico trajecto de romagem obrigatória a que se juntava a Livraria Bertand e a sua imparável, na altura, selecção de revistas estrangeiras (a Spin, a Face ou o NME e o Melody Maker) para ler no primeiro andar. Logo abaixo, do mesmo lado, estava a Melodia, espaço não muito grande e onde entramos algumas vezes em altura de saldos à procura da pechincha surpresa mas sem muito sucesso. Ainda hoje a loja mantêm o mesmo nome e actividade, embora, como se pode confirmar na embalagem, também vendesse inicialmente rádios, aparelhagens e televisões. O vinil, claro está, desapareceu e a especialidade é o CD de música portuguesa chamada de baile embora haja por lá um pouco de tudo. O actual proprietário era detentor de uma outra discoteca - a Sanky na Rua de Cedofeita - que entretanto vendeu para se reinstalar quando a verdadeira Melodia fechou portas na segunda metade dos anos oitenta, uma pequena rede também com lojas na Rua de Santa Catarina e na mítica Rua do Carmo em Lisboa. Seja como for, a actual Melodia é uma verdadeira raridade na baixa do Porto e uma das poucas sobreviventes ao terramoto do mp3...
Melodia, Rua de Santo António, 35 (Rua 31 de Janeiro)
|
Melodia, Rua de Santa Catarina, 360, Porto
|
Sem comentários:
Enviar um comentário