sábado, 7 de junho de 2014

MIDLAKE+WARPAINT+POND+COURTNEY BARNETT+PIXIES+DARKSIDE+SHELLAC, Primavera Sound, Porto, 6 de Junho de 2014



O segundo dia do Primavera Sound prometia um corre-corre entre palcos, nomeadamente o lindíssimo ATP-All Tomorrow Parties situado no alto da colina. O reforço energético fez-se com as saborosas sandes do Guedes, um dos sucessos da edição deste ano. Ala, que se faz tarde e sem chuva! 

Midlake, Palco Super Bock



Os fim de tarde parecem destinados aos Midlake e já em Coura, em 2012, aquando da sua estreia portuguesa foi a luz do dia que os recebeu. Ambiente, por isso, soalheiro, calmo e as canções, aquelas canções, a soarem perfeitas. Pena a pouca qualidade do som mas não há como não resistir a "Roscoe", "Antiphon" ou "Head Home" mesmo a acabar, uma das muitas pérolas sem tempo nem idade. Saboroso! 

Warpaint, Palco NOS


Parecendo que não, as Warpaint deram um dos grandes concertos do festival. Se o segundo disco homónimo levanta algumas interrogações, a actuação de ontem tirou todas as dúvidas subsistentes. Hipnótico, consistente, bem tocado, as de Los Angeles desfilaram um rock maduro onde o óbvio é o contrário do subtil. Não faltou o "Ashes To Ashes" de Bowie ou o "Undertow" soletrado por muitos como se fosse só seu. Muito bom.

Pond, Palco ATP

É bom sentir que há, como nós, muita gente precavida, avisada e com o "Hobo Rocket" a rodar no iPod. A multidão que se deslocou ao palco ATP para ver os Pond era um bom sinal e as expectativas confirmaram-se em pleno. Concerto enorme do colectivo australiano, pleno de vigor psicadélico com direito a intenso crowd-surfing e uma banda surpreendida pela adesão e reacção. Perfeito!   

Courtney Barnett, Palco Pitchfork
Em passo de corrida até à tenda do Pitchfork ainda a tempo de, pelo menos, confirmar os dotes de Courtney Barnett. Em modo power trio, percebemos instantaneamente a energia e raça de um rock talentoso e nomear "History Eraser" como uma das canções do ano. Que o regresso não demore.  

Pixies, Palco NOS
A enchente previsível para receber os Pixies sabia para o que vinha: um desfile de êxitos, aqueles que fizeram da banda um marco da história da música moderna. Não falhou quase nenhum, mas mesmo nesses ("Here Comes Your Man", "Monkey Gone To Heaven" ou "Where Is My Mind?" por exemplo) faltou chama, daquela que arrebatou, sem contemplações, plateias por esse mundo fora. O virtuosismo de Santiago está lá, a raça de Black também, a força de Lovering ainda se nota e até a nova recruta Lenchantin não deslustra, mas... e este "mas" talvez se explique ao ouvir o novo disco.

Darkside, Palco Pitchfork
Vai já longe uma noite da Casa da Música com uns Darkside ainda titubeantes mas, ainda assim, sedutores. Ontem a massa humana enchente da tenda logo cedeu a uma electrónica nocturna que Jaar sabe ritmar como poucos e onde a guitarra de Harrington serve como calafrio sonoro que agita e acelera, no momento certo, a dança. Misteriosamente elegante.    

Shellac, Palco ATP
A cátedra Shellac tem neste festival um lugar irremovível. De frequência obrigatória, o mais que galardoado trio está cada vez melhor e mesmo sendo madrugada alta não faltou público, humor-negro e energia rock para dar e vender ou não fosse Albini e companhia um estudo de caso fundamental. Honoris causa já!

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