O álbum homónimo de Joan Shelley, uma das melhores peças folk de 2017, confirmou em definitivo que a menina de Louisville ganhou uma maturidade artística que deveria ser digna de maior reconhecimento e louvor. Foi esse trabalho que serviu de enredo para o concerto na capela octogonal do convento gaiense, cenário envolto de um mistério e respeito que ajudaram na audição perfeita de mais de uma dúzia de preciosas canções de roteiro acústico onde o banjo, o violino e o entrosamento vocal do trio finalmente reunido formou de imediato um perfume de deleite e prazer. Então quando se deu o avanço para a frente do palco para dois momentos sem amplificação, o serão ganhou contornos de indelével memória de que a silenciosa plateia foi testemunha acariciada e bafejada, num concerto calmo, sereno e, também por isso mesmo, especial. Fica a certeza de que o regresso e estadia da menina Shelley e amigas pelas nossas bandas deveria ser um ritual obrigatório que teve neste concerto uma benção divina. Excelente!
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