A presença em palco ou a guitarra como companheira, permite imediatas comparações com o seu irmão Tim, mas será sempre fácil notar-lhes as diferenças, o que no caso de Chico se reduz no arrojo da composição e até na sua variedade, sendo difícil, à primeira audição, detectar quais são os temas do primeiro e homónimo disco e os mais recentes, complementaridade que o alinhamento escolhido uniu de forma nivelada.
Talvez como excepção dessa regulação se possa apontar a magnífica versão de uma desconhecida "In a Mist" da autoria de um tal Duncan Browne, o que incentiva, sem dúvida, a sua redescoberta. Vincada nessa cover, esteve o domínio na execução da guitarra e o dedilhar irrepreensível das cordas, uma aptidão instrumental onde Chico se mostrou bastante evoluído e brilhante, talvez porque a pandemia lhe permitiu aprimorar uma técnica que, como confessado, um disco de Carlos Paredes roubado ao pai apressou na influência, imitação e veneração.
O serão em Esposende, de plateia atenta e acolhedora, confirmou-se, assim, como um agradável momento de partilha e também de aferição de um estilo a que se reconhece, sem dificuldade, distinção, mas a que, talvez, um maior atrevimento permita elevar as canções de Chico Bernardes a um patamar de outra excelência.
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