Entre a mão cheia de vezes em que marcamos presença, o facto de, pela primeira vez, o fazermos num final de tarde soalheiro de Domingo e bem instalados, isto é, sentados na plateia, permitiu-nos detectar e apreciar uma dimensão diferente da sonoridade que os Efterklang nos habituaram, como a que testamos e validamos em 2021. Para esta inédita fruição terá que ser notada a presença do baterista finlandês Tatu Rönkkö, amigo e parceiro no projecto paralelo Liima, também ele já apreciado a três dimensões, o que se traduziu numa intensa limpidez de propagação particularmente notória em temas novos do disco mais recente "Things We Have In Common" - "Plant" e "Animated Heart" foram, a esse nível, incandescentes.
O alinhamento não esqueceu outros mais antigos de preferência popular, tal como "Sedna" ou "Supertanker", tendo sido a trilogia indispensável "The Ghost", "Modern Drift" e "Cutting Ice to Snow" deixada para o encore final onde a colaboração memorável do Ensemble Vocal da Escola Profissional de Música de Espinho deu a este último um brilho ainda mais cintilante. Antes, já o jovem colectivo feminino, e em nome próprio, tinha empolgado a plateia e, certamente, a própria banda, com a execução a capella do tradicional "Este Linho é Mourisco", nada a que, mesmo assim, os Efterklang não estejam acostumados pois são infindáveis as colaborações e interacções que amiúde promovem de surpresa.
A longa prestação haveria de acabar em plena plateia em formato acústico e sem amplificação, marcando, desta forma, a última data da digressão iniciada em Janeiro e, também, apertando ainda mais um laço de gratidão com o público rendido pelas melhores razões - sem truques, sem exageros, os Efterklang são um caso sério de fidelidade criativa onde a única ambição é manter o gosto e a paixão pela música, da boa... Tak!
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