terça-feira, 22 de setembro de 2009

LAU NAU, Culturgest Porto, 18 de Setembro de 2009

Ao fundo, sobre uma parede branca destacam-se alguns desenhos em papel, um cenário, aparentemente, aleatório. No caso, a penumbra do espaço da Avenida dos Aliados, permite realçar, entre esse colorido, a simples figura de Lau Nau, sozinha com os seus apetrechos e uma guitarra eléctrica. A artista finlandesa, figura mais que habituada a tocar em locais inusitados, tem à sua frente uma plateia bem composta e em silêncio e que, desde logo, toma atenção a todos os pormenores - às formas e fórmulas quase mágicas com que aquela música se constroi pela sobreposição maquinal de simples assobios ou campainhas, de susussuros ou ruidos vocais, de letras impreceptíveis ou riffs de guitarra e uma voz que, vinda do frio, se torna quente. Tudo junto, faz-nos esquecer a frieza dos mármores ou a nobreza dos metais de uma sala requintada, para nos encher a alma de beleza e fascínio. Como se previa, uma hora de magia, num concerto para felizes sonâmbulos ocasionais.

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