quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

UMA PALETE DE EMOÇÕES


Quando lemos no Ipsilon/Público as histórias por detrás do disco de Owen Pallett (ex:Final Fantasy) e os elogios rasgados a “Heartland”, ficamos a pensar como seria possível ainda fazer melhor que nos dois trabalhos anteriores. Ontem, quando pela primeira vez o ouvimos de fio a pavio, não ficaram dúvidas quanto à sua grandiosidade e brilhantismo. Trata-se dum trabalho onde Pallett atinge o auge da composição e orquestração, talento que os Arcade Fire ou os Last Shadow Puppets, por exemplo, souberam capitalizar da melhor forma. Cada tema é uma história ficcionada à volta de um personagem chamado Lewis, envolto em orquestrações mirabolantes de teor clássico a fazer lembrar, para melhor, Simon Bookish ou até Neil Hammond/Divine Comedy. São doze canções que não podem ser ouvidas separadamente e que atingem a perfeição pop em “The Great Elsewhere”, precisamente a meio do disco. Uma imensidão emocional e sonora que ao vivo será, supostamente, impossível de alcançar, havendo por isso uma outra versão do disco preparada para as salas (ver video). Somos, no entanto, testemunhas das capacidades e habilidades de Pallett que, na companhia do multi-instrumentista Thomas Gil, se apresentará, para tirar todas as dúvidas, em dois concertos, já em Março, no Teatro Maria Matos de Lisboa. Se o ano passado, logo em Janeiro, estava encontrado um dos discos do ano (“Merriweather Post Pavilion” dos Animal Collective), em 2010 não será difícil perceber que, com este “Heartland”, a história se repete.

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