segunda-feira, 28 de maio de 2012

(RE)LIDO #42






















CARO BRUCE SPRINGSTEEN 
de Kevin Major. Lisboa: Terramar, 1995

28 de Maio de 2012
Caro Bruce Sprinsgsteen,
Agora que passados quase vinte anos regressas a Portugal, está na hora de imitar o miúdo que protagoniza este livrinho e escrever-te uma cartinha tardia, é certo, mas ainda a tempo. Atendendo à nossa idade, tomamos a liberdade de te tratar por tu, pondo de lado os "vocês" e outras vénias compreensíveis para um garoto de 14 anos em crise de adolescência agravada pelo divórcio dos pais, a arrogância de professores ou o desprezo das raparigas da escola. Ao escrever-te cartas sucessivas demonstrando o respeito e admiração pela tua música, o pequeno Terry lá vai desabafando problemas, inventando soluções, ganhando coragem para enfrentar a vida e os sobressaltos, o que nos parece uma boa aposta. A sério, o livro que se encontra ainda por aí a preço de saldo (com data de 1987 mas edição portuguesa em 1995) tem uma força surpreendente, o que em tempos de Live Aid, aluguer de videos ou cassetes para ouvir no carro, era sinónimo de querer muito aprender como tocar guitarra, escrever canções ou organizar concertos. Desconfiamos que hoje em dia as fontes de inspiração são obviamente outras, mas o teu exemplo não pode nem deve ser esquecido. Vê lá tu que ainda hoje lemos que já não é preciso aprender a tocar guitarra para saber tocar guitarra. Confuso, não é?
Mas a principal aspiração do tal Terry é conseguir mesmo assistir a um concerto teu. Ora, aqui está algo que nos aproxima. Sempre à espera da melhor oportunidade, perdemos por indesculpável desatenção a tua vinda a Santiago de Compostela em Julho de 2009, o que nos deixou frustrados e mesmo irritados. Por isso, desta vez não há desculpa. Lá estaremos no Domingo prontinhos para pagar a promessa e esperar que a dança nocturna seja mesmo memorável. Ainda escolhes miúdas para subir ao palco? Esperamos que sim...

Até breve,
Miguel

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