A cotação dos Linda Martini é por estes dias bem alta. Muita gente a ouvir o disco, a saber as letras e a banda a merecer tamanho culto quer pela dimensão sonora alcançada quer por saberem dar os passos certos na hora certa. Fosse o nome Beautiful Martini e uma única boa crítica na imprensa estrangeira e, sem duvidas, teríamos um caso sério de aclamação global. Que não se percam!
Sobre o sírio Omar Souleyman já muito foi dito. O exotismo da música feita para casamentos baptizados é, em dose certa, sinónimo de agitação incomum tão ao agrado de alguma imprensa alternativa que lhe associa o rótulo de world music, o que dá sempre jeito. Depois há a remix feita para a Bjork, a cereja em cima do bolo da festarola, mas ontem com o pintas à nossa frente, sinceramente, pareceu-nos tudo falso. A uns Korg's dominados por um suposto teclista como uma base pré-gravada misturada com gritos de "Omar, Omar" do público já em alvoroço, lá vai o personagem trajado a rigor e de óculos escuros cantando umas coisas que podem ser mesmo impropérios já que ninguém percebe, obviamente, patavina. Resulta? Claro, braços no ar em curvas árabes, dança colectiva a que responde o próprio Omar com algumas palminhas ritmadas em palco. Não será difícil prever o futuro próximo - Queimódromo com ele!
Lee Ranaldo, por coincidência ou não, deve gostar muito do Porto. A solo acústico na Casa da Música ou com banda na estreia do Primavera do Parque da Cidade, a implosão ainda não oficialmente confirmada dos Sonic Youth permitiu-lhe gravar um disco novo e fazer-se amiúde à estrada até estas bandas. Ora, nós por cá estaremos sempre de braços para o receber e ontem não foi excepção. Alinhamento com temas novos e lá trás, Steve Shelley o baterista amigo de longas jornadas a fazer ainda mais mossa, num concerto que confirma, no entanto, que esta travessia do deserto ainda não está completamente ultrapassada. Mas como diriam nuestros hermanos, no pares, sigue, sigue!
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