Depois da dose dupla no Primavera do ano passado, os Veronica Falls voltaram à Invicta em melhor forma. Disco novo, o segundo, de certificada qualidade, canções que ganharam mais consistência e, sobretudo, eficácia mas alguns desacertos sonoros ameaçaram comprometer, tal como em 2012, a perfomance. Estão lá todas as raízes do indie inglês de guitarras ao desafio e havia até David Gedge e companhia logo a seguir para que, num eventual concerto em nome próprio, os Veronica Falls fossem a banda perfeita para abrir para os The Wedding Present.
Mesmo assim, não foi preciso muito aquecimento para que, finalmente, Gedge e a sua mítica banda fizessem a estreia pela cidade. Foram mais de vinte anos de espera e alguns receios lógicos quanto ao vigor e validade das suas canções rapidamente se esfumaram. Um misto de clássicos de álbuns como "George Best" ou "Seamonsters" para encher as medidas de muitos "weddos", como nós, embebidos até à medula por aquela encruzilhada de guitarras inimitável mas ouvidas pela primeira vez por uma grande maioria dos presentes. Sem contemplações e mácula, um concerto enxuto e a terminar não por acaso com "Keneddy", uma lição do que deve ser ainda hoje uma grande canção rock!
Em noite de guitarras ao alto os Everything Everything apareciam um nadinha deslocados. Claro que para a maioria do presentes na esgotada tenda este era o momento esperado, notório no frenesim contínuo e nos múltiplos coros colectivos a acompanhar os temas, mas é difícil sobrepor o algo irritante timbre do vocalista! O álbum novo é, quanto a nós, uma desilusão mas é notoriamente com ele que o colectivo inglês parece destinado ao sucesso e a ocupar estrados maiores. A presença confirmada em Coura no verão não é, obviamente, inocente...
Até a barraca abana! Moshe, invasões do palco, fintas a seguranças, partilha de guitarra e até um raro encore. Os No Age são dois mas valem por muitos e, dando seguimento a anteriores passagens por perto, incendiaram literalmente todos os resistentes, experimentando novas canções sem receios, revirando as outras com tanta ou mais artilharia sonora. Esqueçam o Powerade, ouçam Powerage!
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