Os Príncipes, ténis de Serralves |
Em ano de verdadeira coroação, Os Príncipes aproveitaram bem a tarde soalheira e a excelente presença de público para desfilarem algumas das criações sonoras da sua cumplicidade musical multifacetada e até arriscada. Percebe-se bem a versão dos Repórter Estrábico, também eles uns inovadores irreverentes da cidade que mereciam mais vénias deste calibre. A jogar em casa, trouxeram os seus amigos mais pequenos para uma experiência final que só não foi mais certeira porque, coitados, as vozes dos miúdos pouco se ouviram... Ficou a boa intenção!
Há uma tradição salutar das tardes da festa de Serralves que incide há já alguns anos em propostas colectivas quase sempre em volta do jazz, da sua irreverência e, acima de tudo, da sua actualidade penetrante. Os The Pyramids, para não fugir à regra, cumpriram na perfeição este desígnio em sessenta minutos de contínua roda livre de nítida influência africana, um tal free jazz de difícil definição e, ainda bem, limite. Juntaram-se desta vez ao desafio cinco jovens músicos portugueses que, sem medos, ajudaram a que o concerto resultasse numa empolgante e inédita experiência rapidamente recebida de braços abertos pela larga plateia do prado de Serralves. Destaque para a harpa de Angélica Salvi, um contributo inusitado e, talvez por isso, devidamente elogiado e apresentado como "heaven must be missing an angel"!
A fama dos duos rock vem de longe no tempo, mas o que irmãs Reis trazem da capital só agora começa a fazer mossa mais alargada. São rápidas canções toca-e-foge que tornam as Pega Monstro um caso sério de sedução, apesar do som pelo pelo espaço do ténis não lhes ter sido nada favorável. Há por aqui aquele travo rude de rock e uma aura só ao alcance dos predestinados e, por isso, não será difícil prever voos mais altos e longínquos. O monstro pegou, definitivamente...
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