"Com o seu Teatro do Vestido, Joana Craveiro tem feito da memória a primordial matéria de investigação. Em Aquilo que Ouvíamos, trabalha-a revisitando um tempo em que a música conferia uma identidade e uma pertença. Peça-concerto composta pelas vivências musicais do seu elenco-banda – quatro atores e cinco músicos (entre eles, os Loosers), autores da banda sonora original –, é uma viagem de regresso aos anos formativos da adolescência nas décadas de 1980 e 90. Nessas “histórias da música”, conta-se como a sua materialidade tanto contava: comprar vinis com as curtas mesadas, estudar as suas capas, ler as letras neles impressas, trocá-los e fazer amigos nessa troca, exibir como uma insígnia um disco de eleição, sinalizando-se assim face aos pares e demarcando-se dos outros, gravar cassetes de vinis emprestados, de concertos raros ou de programas de rádio improvisados em casa, preciosas provas de quem se era. Aquilo que Ouvíamos redime um passado, “um tempo em que havia tempo”, com a ternura e a ironia de o saber perdido, mas presente nos vínculos que pela música se criaram e ainda perduram."
É assim que se apresenta "Aquilo que Ouvíamos", perfomance de assinalável êxito aquando da estreia em Junho passado no Teatro São Luiz de Lisboa e que chega ao Porto no final de Janeiro de 2022. Entre os dias 26 e 30, em cinco apresentações que certamente vão esgotar, o Teatro Carlos Alberto vai ser um fartote de memórias / memorabilia, arrependimentos e muitas saudades do som da frente...
Hey now, hey now now! Apressem-se.
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