segunda-feira, 29 de agosto de 2022

ALABASTER DePLUME, (DES)CONCERTO?















A polivalência artística de Alabaster DePlume, nome por si só de uma inusitada estranheza, estende-se desde a composição, à poesia, ao jazz e a uma militante actividade antifascista entre excentridades desarmantes. O personagem sabe, contudo, muito bem o que faz e de que é prova consistente o álbum "Gold" editado em Abril passado, fruto de um aturado trabalho de duas semanas no londrino Total Refreshment Centre no verão de 2020 e para onde convidou uma série de músicos e artistas de forma intencional e programada - a cada dia, reunia no estúdio alguns deles sem tempo para ensaios desde que estivessem prontos a responder aos sons uns dos outros... O resultado funde-se num género de spoken word espiritual de raiz jazzística cujo tema inicial recebeu até título em português ["A Gente Acaba (Vento em Rosa)"]!

Ao vivo não admira que a amálgama artística alcance uma faceta de perfomance e sessão de esclarecimento com direito a imagens e que teve estreia no país agendada para Braga em Julho de 2021 mas que uma série de limitações à circulação internacional trocou as voltas, levando ao cancelamento do espectáculo. A passagem pelo Festival Tremor nos Açores em Abril último deixou marcas de agitação profundas, experiência que tem este mês repetição no MusicBox lisboeta (23 de Setembro) e, supostamente, no dia seguinte no mesmo Theatro Circo, tal como consta do cartaz oficial. Só é pena que tal presença não esteja confirmada em nenhum parte da programação do recinto minhoto. Um desconcerto, certamente...




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