sexta-feira, 31 de julho de 2009
LEONARD COHEN, Pavilhão Atlântico, Lisboa, 30 de Julho de 2009
Apesar dos lugares sentados, foi um pavilhão de pé que aplaudiu Leonard Cohen mesmo antes dele começar a cantar. Homenagem explosiva e espontânea de uma geração a que podemos chamar do vinil… Perante tamanha recepção, Cohen tirou pela primeira vez o chapéu, gesto inúmeras vezes repetido ao longo da noite, e agradeceu amavelmente a gentileza. O espectáculo começou, então, em ritmo balançante com “Dance me to the End of Love” e “The Future” e logo se notou a magnitude dos músicos e das vozes (a cargo das inglesas Webb Sisters e da amiga Sharon Robinson), numa sonoridade perfeita e límpida, com Cohen, surpreendentemente, a ajoelhar-se algumas vezes para cantar e a dar conta da sua felicidade em actuar num país em paz! A voz continua inconfundível, planando e envolvendo o imenso recinto, numa primeira parte que nos pareceu uma falsa introdução e aquecimento para o verdadeiro e memorável segundo andamento. Depois de um intervalo, à moda antiga, o concerto entrou noutra dimensão! Reparem só no alinhamento: “Tower of Song”, “Suzanne”, “Sisters of Mercy”, “The Partisan”, “Boogie Street”, ”Hallelujah”, “I’m Your Man” e “Take This Waltz”, numa sequência magnífica e de cortar a respiração! O primeiro encore ainda acelerou mais as emoções, com “So Long Marianne” a uma só voz colectiva, “First We Take Manhattan” e um inesperado “Famous Blue Raincoat”! Duas horas e meia depois do início, se descontarmos o intervalo, ainda houve fôlego para “If It Be Your Will”, sublime momento cantado pelas manas Webb e “Closing Time”. Em jeito de despedida e de provocação, o recital terminaria com “I Tried To Leave You" onde as palavras (“Goodnight, my darling, I hope you’re satisfied, the bed is kind of narrow, but my arms are open wide. And here’s a man still working for your smile”) arrancaram um aplauso vigoroso e sentido da rendida e, não é exagero, emocionada plateia. God bless you, Mr. Cohen, melhor, deus o abençoe, L.Cohen!
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