sexta-feira, 24 de julho de 2009

NASCIDO NA RUA


O grafitti é actualmente um fenómeno mundial, ligado à paisagem das nossas cidades. O Porto não é excepção, basta uma saída nocturna pela baixa ou uma simples viagem de metro para o confirmar! Uma vezes odiado e proibido, outras vezes fomentado, esta forma de expressão é hoje uma corrente situada na periferia da arte contemporânea, mas que tomou conta do design, da publicidade ou da música. Cada vez mais valorizado institucionalmente, as opiniões não são obviamente consensuais...
A Fundação Cartier em Paris inaugurou no início do mês uma exposição intitulada “Nascido na Rua”, uma homenagem ao graffiti e à street art, movimento criativo que não perdeu vitalidade desde o seu aparecimento nas ruas de Nova Iorque no início dos anos 70. O extenso programa de actividades passa pelo desenho das fachadas de vidro do local pelos artistas convidados, por viagens em meio urbano ou por competições e performances, contando-se entre elas a “Piecebook Art”, um desafio a 20 grafitters para desenharem em papel as suas propostas, que depois de escolhidas por um júri, serão ampliadas para uma escala maior. Destaque ainda para a projecção semanal do filme “Murs, Murs” rodado em Los Angeles em 1980 por Agnés Varda e para a estreia do documentário “Pixo” sobre grafiteiros de São Paulo, autores de uma forma única de grafitti chamada “Pixação” e que já se transformou em roteiro turístico. Paralelamente, a cidade francesa assiste a uma constante apropriação de locais, como é o caso deste desenho da autoria de Mygalo realizado há poucos dias no Boulevard Raspail.

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