domingo, 7 de novembro de 2021

EFTERKLANG, M.ou.co., Porto, 5 de Novembro de 2021

A passagem dos Efterklang pelo Porto, a segunda em três anos para além das residências e incursões a solo de Casper Clausen, serviu de teste duplo aprovado com distinção. Primeiro, a confirmação que o novo espaço da Invicta, para além do bom gosto arquitectónico e decorativo, tem na sala de espectáculos um auditório de dimensão e qualificação acertadas para bandas que requerem proximidade e calor humano. Segundo, que mesmo com o raio da máscara obrigatoriamente colocada, a plateia esgotada de fãs adultos e conhecedores tirou proveito do momento para dar larga à animação e começar a recuperar convenientemente o tempo perdido. 

Conscientes e cedo testemunhas destes factos, os Efterklang trataram de não desiludir. Há para isso no novo álbum matéria sonora mais que apta para o efeito - "Dragonfly" e "Living Other Lives" formam um dois em um recomendado e de aplicação reforçada - mas também há para trás no tempo e espaço, sim, estes dinamarqueses já andam cá e lá andam há mais de vinte anos, outras canções que nunca perdem a validade, uma virtude que, por exemplo, "Cutting Ice To Snow" ou o obrigatório "Modern Drift", partilhado em plena plateia por Clausen, confirmam na plenitude. 

Surpreendente ainda a escolha de temas do álbum anterior, um arriscado projecto cantada na língua materna que, mesmo assim, não deixou de ter o devido acompanhamento, principalmente quando a banda acampou em plena plateia sem qualquer amplificação. Foi de lá que um novo e, aparentemente, inofensivo "Åbent Sår" começou a soar na voz de Clausen para depois se transformar numa avalanche frenética de dança que culminaria da melhor forma uma festa de amigos, separados na geografia, mas há muito leais na partilha. Ele há amizades assim, para a vida...

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