Acompanhado de um tocador de tablas, componente rítmica importante de parte do recital, Khan mostrou-se cauteloso e também pedagógico na explicação prévia sobre o que se iria ouvir - música tradicional indiana que se designa por Raga, um estilo não inscrito em qualquer pauta desde que se sigam algumas convenções, se improvise em seu redor e se proceda a uma afinação do instrumentos de forma rigorosa. A metodologia, interessante e complementar a outros ensinamentos apreendidos em Julho passado no concerto de outro Khan, Lakha Khan, acabou por se desvanecer assim que a viagem sonora começou...
No final de tarde de Domingo e ao longo de quase duas horas, a igreja portuense foi perdendo a luz natural das suas poucas janelas mas outras se abriram de par em par, admiráveis momentos iluminados de virtuosismo, ora presenteados por palmas de quando em vez, ora submersos num silêncio sepulcral, tudo sinais de respeito e também surpresa pela imensidão da dádiva e da comunhão. A todos os níveis, inesquecível!
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