O ano que está prestes a finar não foi, certamente, dos melhores. Tendo no entanto em conta aquele que se aproxima, nada mais há a fazer que concordar com o nosso capitão KirK/William Shatner e concluir que, apesar de tudo, 2008 "It Was a Very Good Year”... Bom Ano!
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
(RE)VISTO #22
DIXIE CHICKS: SHUT UP & SING
de Barbara Kopple, Weinstein Company, 2007
"Just so you know, we're ashamed the president of the United States is from Texas".
Estas palavras de uma das vocalistas das Dixie Chicks proferidas durante um concerto em Londres em Março de 2003, no auge da contestação à Guerra no Iraque, tiveram consequências imprevistas na conservadora América. O grupo country norte-americano não pediu desculpas públicas a Bush e foi banido de algumas das principais rádios, os seus discos queimados em fogueiras públicas, transformando um dos principais fenómenos de vendas nos E.U.A. em alvo de contestação e acusação de traição! Este filme documentário traça os diversos momentos de toda esta polémica, acompanhando o jogo de parada e resposta que a imprensa americana, principalmente a televisão, acompanhou de perto, incitando ou denunciando novos desenvolvimentos. Nunca ouvimos até aqui uma única canção das Dixie Chicks e não conhecemos nenhum dos seus álbuns. Apercebemo-nos que são na América um dos casos mais sérios de popularidade entre os cidadãos comuns, tendo tido este caso, por isso, uma repercussão assinalável na sociedade do país. O filme acompanha de perto a união que as três raparigas do grupo mantiveram durante o processo, as estratégias da editora e do seu managment, as pressões sentidas e o apoio indispensável da família. Brilhante a forma que a realizadora nos mostra os diferentes retratos e estados de espírito do trio feminino, no limite da separação e da desistência. No filme, surgem alguns personagens inesperados como o (grande) produtor Rick Rubin, o baterista Ched Smith dos Red Hot Chilli Pepers e até o, na altura, Senador McCain que comandou um inquérito público ao caso! À boa maneira americana tudo acaba bem, com vitórias nos Grammy, a presença nos Superbowl de 2007 e o regresso a números uns de vendas, mas sem que o grupo não tenha sofrido algumas mazelas, quer na persistente proibição da sua música em algumas rádios quer no abandono de muitos fãs. Sem quase nos apercebermos se estamos perante um documentário ou um filme ficcionado, este é um retrato só possível nos Estados Unidos de Bush, onde a liberdade de expressão foi (é?), por vezes, um conceito ainda muito mal tratado.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
IT FEELS SO UNNATURAL ...
A anunciada colaboração entre Peter Gabriel e os Hot Chip deu finalmente frutos. Os artistas juntaram-se para fazerem uma cover de ‘Cape Cod Kwassa Kwassa’ dos Vampire Weekend. Claro que a letra muda para “it feels so natural. Peter Gabriel, too. And it feels so unnatural singing your own name!”. Um dueto improvável e eléctrico em antecipação apesar do original ser muito melhor. Tirem as teimas por aqui!
(RE) LIDO #14
MADREDEUS - UM FUTURO MAIOR
Jorge P. Pires, Temas e Debates, Circulo de Leitores, 1995
Sem quase dar-mos conta, o corrente ano ficará marcado pelo adeus definitivo aos Madredeus. Na sua essência o projecto tinha Teresa Salgueiro como figura emblemática e a sua anunciada renúncia ao grupo, em final de 2007, parece ter sido sinónimo de fim de carreira. Pois bem, aqui está uma boa oportunidade para finalmente ler o livro, já antigo e esgotado!
Estivemos com os Madredeus desde o seu primeiro concerto no Carlos Alberto no Porto em 1987, fomos a quase uma dúzia dos seus concertos, desde um apinhado Mosteiro de Leça de Bailio até a um último nos jardins do Palácio de Cristal (2005?). Acompanhamos sempre de perto a sua carreira, os projectos paralelos, as mudanças de formação, etc. Este livro serviu, assim e fundamentalmente, de memória escrita a muitas das nossas (boas) recordações – o começar do projecto, as expectativas criadas pela imprensa (particularmente o Blitz e o Sete da altura), os primeiros concertos, de que o Porto se pode orgulhar de ter começado, ou a surpreendente carreira internacional em apoteose. O jornalista Jorge Pires, sem exaustão, faz uma óptima panorâmica dos primeiros dez anos da banda para o que se serviu de conversas directas com os músicos, técnicos, produtores e agentes envolvidos, viajando algumas vezes com eles ou estando presente nos concertos ou estúdios de gravação. Realiza ainda uma tentativa, difícil, de caracterização do som “português” do projecto, rebuscando influências e pegando, corajosamente, no tema “Saudade” para perceber o fenómeno. A descrição remete-nos ainda para tempos em que a música portuguesa parecia explodir definitivamente com o êxito dos Sétima Legião, GNR, Xutos e Pontapés ou projecto Resistência (lembram-se?). Contudo e tal como foi sempre perceptível, havia demasiados e diferentes “génios” em tensão no seio do grupo, problemas que o livro aponta pertinentemente e que teria como resultado a saída de Rodrigo Leão em Julho de 1994. Sem sabermos, estivemos no último concerto em que ele participou (2 de Julho desse ano, no Coliseu do Porto), estando assim a cidade nortenha intimamente ligada à história do grupo, para o bem e para o mal. Confessamos, se calhar injustamente, a nossa indiferença em relação ao novo projecto Madredeus & Banda Cósmica. Ainda por cima, no passado sábado de manhã, a RTP2 passou um pequeno documentário/concerto sobre o novo disco e muito sinceramente não gostamos nada do que ouvimos. Não será fácil substituir Teresa Salgueiro, nem a brincar, mas ouvir o eterno “O Mar” na voz de outro alguém, provocou-nos alguns arrepios de pavor. Ora, os Madredeus e a sua música, pelo contrário, sempre nos fizeram sentir bem. O tal espírito da paz...
O Mar
ANTONY: MAIS UM CLÁSSICO!
Numa cortesia habitual, já roda no nosso Ipod o novo álbum de Antony & Johnsons chamado “The Crying Light”. Pelas primeiras audições, continua a emergir o génio de Antony Hegarty, embora não se confirmem alguns dos caminhos para que apontava o EP “Another Wolrd” editado recentemente. O disco segue uma toada calma e suavizante, com realce no piano e brilhantes orquestrações que engrandecem ainda mais "aquela" voz. Ou seja, o músico jogou pelo seguro. Há algumas canções que se destacam como “One Dove”, “Daylight and the sun” e “Aeon”. O novo álbum sairá na segunda quinzena de Janeiro e terá na capa, tal como o referido EP, uma fotografia de 1977 de Naoya Ikegami retratando Kazuo Ohno, famoso dançarino de Butoh japonês, a quem este disco é dedicado. Entretanto, a digressão europeia já tem datas em Portugal: a 14 de Maio no Coliseu de Lisboa e a 18 de Maio no Coliseu do Porto, destacando-se, pelo meio, a 16, uma noite no Theatro Circo de Braga!
Antony & Johnsons - Another World
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
LUNARIDADES #85
. surpresa das surpresas: Valter Hugo Mãe é o vocalista de uma banda chamada Governo e que terá disco já em 2009. Se a música for tão boa como a escrita... Mal podemos esperar para ouvir. Para quando um myspace?
. o bar Galeria de Paris foi eleito pelo suplemento Fugas do Público o melhor bar de 2008. Nada a dizer a não ser aconselhar os proprietários a cuidarem um pouquinho mais da qualidade da música que por lá passa. É que a selecção é de bradar aos céus e a amplificação sonora deficiente também não ajuda nada. Oferecemo-nos como conselheiros ;-)
. mais tempo por casa em retiro natalício, permitiu, de uma assentada, a visualização de diversos documentários musicais em atraso e que serão revistos por aqui mais frequentemente... Alguns verdadeiramente surpreendentes!
. mais uma corrida São Silvestre pelas ruas do Porto sem desistir! Já lá vão mais de meia dúzia e chegamos sempre ao fim. Ficamos é cada vez mais a detestar aquele trecho de St. Catarina entre o ACP e o Marquês...
NORBERTO LOBO, Café Concerto do Teatro Constantino Nery, Matosinhos, 27 de Dezembro de 2008
Fim de tarde de chuva e frio, espaço agradável e um copo de vinho do Porto na mesa para cada um dos presentes, cortesia natalícia da autarquia! Como sempre, Norberto começou acanhado, interpretando alguns temas novos ainda sem nome e que muito prometem para um novo disco. Os seus rendilhados sonoros continuaram depois por caminhos mais conhecidos do seu disco “Mudar de Bina”, mas faltou “Mudar de Vida “ de Paredes, talvez pela guitarra não estar a responder como o desejado. Levantou-se ainda a dedilhar, curvou-se em agradecimentos e saiu sob forte aplauso. Uma hora de paz e calma em tempos agitados de saldos e correrias incompreensíveis. A música de Norberto Lobo não é definitivamente destes tempos, mas sabe sempre muito bem!
(Update: video HD HugTheDj)
(Update: video HD HugTheDj)
INJUSTIÇA PÚBLICA
“É impossível explicar o encanto desta música”, “(...) The Mande Variations é a transcendência ao alcance de qualquer um, sem necessidade de dogmas nem guias espirituais”.
Estes são só alguns dos elogios que o jornalista Luís Maio fez à música contida no referido ábum de Toumani Diabaté, publicados na secção “Discos - Pop” do suplemento Ipsilon do jornal Público de 14 de Março último, um dos poucos discos que, ao longo do ano, recebeu a classificação máxima de cinco estrelas. Vai-se a ver e o disco não consta na lista dos trinta melhores discos Música Pop de 2008 do tal suplemento dada a conhecer sexta-feira passada! Com todo o respeito e sabendo a priori que uma lista é só mesmo uma lista, parece-nos que ou se esquecerem do disco, ou então estamos perante uma tremenda injustiça… Transcendências!
DUETOS IMPROVÁVEIS #75
JENNY LEWIS & ELVIS COSTELLO
Carpetbaggers (Lewis)
Ao vivo no Late Show with David Letterman, 28 Nov. 2008
Carpetbaggers (Lewis)
Ao vivo no Late Show with David Letterman, 28 Nov. 2008
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
VASCULHAR #12
Para quem vasculha constantemente vinis, não é dificil deparar com a versão single do tema “Do They Is Christmas?” dos Band Aid ao preço da chuva. Lançado em 1984, o disco vendeu milhões de exemplares muito à custa da solidariedade implícita na sua compra e dos grupos e músicos que na altura se envolveram no projecto. Todo este movimento contra a fome no mundo, liderado por Bob Geldof, teria o seu apogeu com o Live Aid de 1987 e, apesar de muita visibilidade, os resultados palpáveis na resolução do problema foram diminutos. Não é tão fácil, contudo, encontrar a versão maxi desta canção, nunca editada em Portugal e em tudo semelhante ao single, mas que contém mais algumas remixes, entre elas uma do célebre produtor Trevor Horn. O nosso exemplar foi adquirido na única feira de vinil internacional que aconteceu no Porto, ali no Mercado Ferreira Borges. Estávamos nos anos 90 (não nos recordamos exactamente do ano...) e o inglês a quem compramos, inicialmente até nos ofereceu o disco, mas depois, sarcasticamente, argumentou que era melhor dar alguma coisa por ele para ajudar... o Bob Geldof!
O “espírito” já por duas vezes foi retomado com as versões Band Aid II em 1989 e Band Aid 20 em 2004, sempre com o comando de Sir Geldof, mas o que é certo é que o problema real se agrava de dia para dia. Tendo em conta as previsões negativas para 2009 e o que se passou no corrente ano, a versão paródia dos Contemporâneos para este tema é sem dúvida a mais pertinente. A brincar a brincar...
UM RICO NATAL PARA TODOS!
Os Contemporâneos – Do They It’s Crisis?
Saberão que estamos no Natal? - Salvem os ricos, ajudem os milionários
PRENDA #8
Oitava e última sugestão. Estreado em Fevereiro passado no Festival de Berlim o documentário “Wild Combination: A Portrait of Arthur Russell” já se encontra disponível em DVD, fazendo um retrato de um dos maiores compositores alternativos dos anos noventa. Falecido em 1992, Arthur Russell é um daqueles músicos prolíficos sem rótulos, descoberto na altura por muito poucos mas que é, nos nossos tempos, finalmente reconhecido. O DVD tem uma quantidade notável de extras como tributos de Jens Lekman e Electrelane, perfomances ao vivo e uma sentida homenagem de Allen Ginsberg aquando do funeral do artista. Não devem perder também a colectânea de material inédito e raro editada este ano e que recebeu o nome de “Love Overtaking Me”. Descubram-no!
(RE)VISTO #21
ABBA – THE LAST VIDEO
de Carl Astrand, Polar Music International, 2004
No dia em que muitos vão receber como prenda o DVD e banda sonora do “Mamma Mia” ou uma qualquer colectânea de êxitos dos ABBA ;-), decidimos rever um documento inclassificável que andava lá por casa há já algum tempo. Trata-se de um pequena história de seis minutos (!!!) com os ABBA em versão marionetas, vestidos como em 1974, que procuram supostamente um contrato discográfico. Os diálogos são retirados, quase todos, das letras de músicas do grupo e os próprios ABBA aparecem em pequenos papéis e todos juntos mesmo no final. Preparado para o Festival da Canção de Istambul em 2004, esta brincadeira pretendia comemorar, trinta anos depois, a vitória dos suecos com “Waterloo” no Festival de 1974 realizado em Brighton. Ainda estamos para perceber como é que isto foi parar em DVD, já que, juntando alguns bónus (4 videoclips e algumas fotografias) o conteúdo não ultrapassa os quarenta minutos, mas a explicação é simples: em 2004 ainda não havia Youtube!
ABBA – The Last Video
LUNARIDADES #84
. com o beneplácito dos familiares do músico, é com muito pena e até alguma mágoa que vemos o nome de Jeff Buckley arrastado para esta guerra sem sentido do disco de Natal mais vendido em Inglaterra. Os tempos são outros, mas tudo isto é de uma tristeza...
. novos tempos se adivinham para as editoras de discos: o novo álbum dos U2 que vai sair em Março terá disponíveis 5 versões diferentes! Três meses antes, o álbum já está disponível na Amazon a preços reduzidos e uma das versões é uma “Magazine Version”! Deve estar a faltar pouco para que a versão cassete reapareça...
. relemos o livro e fomos ver o filme e ainda não compreendemos como é que Saramago se “emocionou” com a adaptação realizada! Um falhanço feito às cegas.
. em que canal é que dá o “Música no Coração”?
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
PRENDA #7
O fantástico disco “Sunday at Devil Heart” de Isobel Campbell e Mark Lanegan foi por nós considerado um dos grandes discos do ano. Trata-se de um maravilhoso conjunto de canções sólidas e arranjos irreperensíveis em que se evidenciam as qualidades desta dupla inesperada, uma colaboração fortíssima e com ainda mais pernas para andar. De fora do referido disco ficaram alguns temas que agora surgem num novo EP. Tirando a canção título "Keep In My Mind Sweetheart", cinco dos seis temas são inéditos. Neles continua a evidenciar-se o equilibrio perfeito de duas vozes tão diferentes que se parecem aconchegar cada vez que se encontram!
Isobel Campbell & Mark Lenegan – Keep me in mind sweetheart (Live BBC, 13/06/2008)
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
QUEIMA DE NATAL!
O Bar Trintaeum e Praia da Luz organizam amanhã uma soirée de Natal imperdível chamada, claro está, “Single Bells”! A festa é comandada pelo colectivo de dj’s Sete Magníficos, verdadeiras lendas vivas da animação nocturna portuense. O programa é assim apresentado: “Começando ao fim de tarde ao som da música dos 7 Magníficos na Praia da Luz com a tentativa de bater o recorde do mundo de lançamento de Inverno do single de vinil de 7'' até agora injustamente nas mãos de um japonês, acompanhado por uma gigantesca fogueira onde todos estão convidados para contribuir com o fornecimento de combustível constituído por CD's que entretanto se tornaram obsoletos com o advento do MP3. Durante o jantar que custa 22,5 euros e que inclui uma bebida a ser consumida no Trintaeum poderão acompanhar os 7 Magníficos nas suas assertivas análises sobre o estado do mundo o momento do campeonato de futebol e os discos que tendo sido editados este ano terão alguma hipótese de deixar uma marca na história. Quando toda a gente estiver devidamente saciada e convenientemente animada vamos todos para o Trintaeum onde dançaremos até de madrugada como se tornou tradicional na antevéspera de natal.”
Promete!
GAVIN BRYARS ENSEMBLE, Auditório de Serralves, 19 de Dezembro de 2008
Tal como aconteceu na Tate Modern londrina em Fevereiro passado, também no Porto a magnífica exposição retrospectiva de Juan Munoz em Serralves teve a sorte de receber um concerto paralelo de Gavin Bryars. Dizemos sorte porque são muito raras as apresentações deste compositor no nosso país, que se tornou conhecido pela sua colaboração com Brian Eno ou com os coreógrafos Robert Wilson e Merce Cunningham. O programa era, por si só, aliciante: apresentar uma selecção de temas resultantes da colaboração de Bryars com o já falecido Juan Muñoz, um projecto/encomenda da BBC de 1992 que se chamou “A Man In A Room, Gambling”. O objectivo do artista era emitir, despretenciosamente, alguma informação, ao jeito do boletim meterológico, criando no ouvinte ilusões e imagens através da rádio. Trata-se de um conjunto de pequenos textos em sequência sobre estratégias e técnicas usadas em jogos de cartas, acompanhados por música. Refira-se que o concerto foi, pertinentemente, transmitido em directo pela sempre atenta RUC-Rádio Universitária de Coimbra! Os dez temas, de cinco minutos cada, foram apresentados por um conjunto de cinco músicos, incluíndo o próprio Gavin Bryars no contrabaixo, num misto brilhante de classicismo e alguma improvisação. Destacou-se ao longo da noite a inebriante performance de Alexandre Balanescu (Balanescu Quartet) no violino, perante um auditório quase esgotado e muito atento. Como ouvinte, difícil a concentração simultânea na narração e na música, o que tornou o momento um constante desafio aos nossos sentidos e sensações. Ainda a oportunidade de ouvir uma lindíssima pequena peça chamada “The North Shore,” uma homenagem de Bryars ao próprio Munõz, numa noite excelente de música e paisagens sonoras.
Foto: Wikipedia
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
DUETOS IMPROVÁVEIS #74
JOHN DENVER & ROWL
Have Yourself a Merry Little Christmas (Judy Garland)
Christmas Muppet Special Show, 1979
Have Yourself a Merry Little Christmas (Judy Garland)
Christmas Muppet Special Show, 1979
PORTO LEGAL!
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O VELHO BLITZ!
É um sonho tornado realidade! Por sugestão do Juramento Sem Bandeira, ficamos a saber que existe alguém que se dedica a publicar/digitalizar todas as páginas do primeiro ano do saudoso jornal Blitz! O bendito blog chama-se precisamente ovelhoblitz e para já existem imagens dos quatro primeiros números. Estas edições amareladas e com aquelas frases non-sense ao fundo da primeira página, que era a primeira coisa que líamos, trazem-nos umas saudades imensas de terças-feiras passadas em aulas, a espreitar à socapa das profs, os célebres “Pregões & Declarações” com mensagens dos leitores... Já lá vão quase vinte cinco anos!
FAROL #64
Para os mais distraídos, serve este “farol” para lembrar que continua disponível no site dos Mercury Rev para download um álbum inteiro completamente gratuito. Trata-se de “Strange Attractor”, companheiro inseparável do mais recente disco da banda e que só existe em formato digital. Registem-se na mailing list e depois recebem um e-mail com o caminho directo para a descarga. Música planante!
Entretanto, os Mercury Rev tocam hoje no programa do célebre produtor Steve Lillywhite na National Public Radio americana integrado no The World Cafe Radio Show. Por lá já passaram os Fleet Foxes, Goldfrapp ou Albert Hammond Jr. Imperdível.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
3 X 20 ESPECIAL BEST OF 2008
(20 Discos + 20 Canções + 20 Concertos)
+
3 X 10 BÓNUS 2008
(10 concertos perdidos + 10 Low + 10 High 2008)
20 discos:
1. BON IVER – For Emma, For Ever Ago
2. WHY? - Alopecia
3. TOUMANI DIABATÉ – The Mande Variations
4. AMERICAN MUSIC CLUB – Golden Age
5. THE DODOS - Visiter
6. LAMBCHOP – Oh (Ohio)
7. FLEET FOXES – Fleet Foxes
8. DAMIEN JURADO – Caugh in the trees
9. LAST SHADOW PUPPETS – The age of understatment
10. NOTWIST – The Devil , you + me
11. TV ON THE RADIO – Dear Science
12. PORTISHEAD - Third
13. JAMES BLACKSHAW – Litany of Echos
14. THE RACONTEURS – Consolers of the Lonely
15. EL PERRO DEL MAR – From the valley to the stars
16. BEACH HOUSE – Devotion
17. CUT COPY – In ghost colours
18. ISOBEL CAMPBELL & MARK LANEGAN – Sunday at devil dirt
19. GIANT SAND - ProVISIONS
20. DEERHUNTER - Microcastle
20 canções:
1. LAST SHADOW PUPPETS – Standing Next to Me
2. MGMT - Time to pretend
3. BON IVER – re:stacks
4. SAM SPARRO – Black & Gold
5. MERCURY REV – Farway from cars
6. EL GUINCHO – Palmitos park
7. DAMIEN JURADO – Everything trying
8. THE RACONTEURS – Many shades of black
9. THE KILLS – Cheap and cheerful
10. HERCULES & LOVE AFFAIR - Blind
11. CUT COPY – Lights & Music
12. SEBASTIEN TELLIER – Divine
13. RILO KILEY – Dreamworld
14. THE DODOS – Fools
15. LYKKE LI – Little bit
16. PNAU - Embrace
17. IRON & WINE – Lovesong of the buzzard
18. THE TEENAGERS – Starlett Johansson
19. BEACH HOUSE – Astronaut
20. FRYARS – The ides
20 concertos:
1. RICKEE LEE JONES, 12 de Julho, VNFamalicão
2. TOUMANI DIABATÉ, 28 de Maio, CDMúsica
3. TOOTS & MAYTAILS, 28 de Junho, CDMúsica
4. THE DODOS, 05 de Dezmbro, Salão Brazil, Coimbra
5. PORTISHEAD, 26 de Março, Coliseu do Porto
6. RUFUS WAINWRIGHT, 29 de Junho, VNFamalicão
7. KINGS OF CONVENIENCE, 22 de Julho, CDMúsica
8. THE MARS VOLTA, 2 de Agosto, Paredes de Coura
9. SEBASTIAN TELLIER, 14 de Junho, VNFamalicão
10. THE NATIONAL, 11 de Maio, Aula Magna, Lisboa
11. YOUNG MARBLE GIANTS, 30 de Maio, CDMúsica
12. DIRTY PROJECTORS, 7 de Junho, Serralves
13. BONNIE PRINCE BILLY, 13 de Julho, Mercedes...
14. VAMPIRE WEEKEND, 30 de Maio, CDMúsica
15. BLACK LIPS, 21 de Abril, Porto Rio
16. JOHN CALE, 16 de Maio, VNFamalicão
17. CAETANO VELOSO, 23 de Julho, Aveiro
18. PATRICK WATSON, 13 de Março, Aula Magna, Lisboa
19. COCOROSIE, 26 de Maio, TAGV, Coimbra
20. RICHARD HAWLEY, 22 de Fevereiro, St. Maria da Feira
10 CONCERTOS IMPERDÍVEIS, PERDIDOS:
1. LEONARD COHEN, 19 de Julho, Alcântara
2. BEACH HOUSE, 17 de Novembro, Passos Manuel
3. CUT COPY, 14 de Novembro, CD Música
4. NEIL YOUNG, 12 de Julho, Optimus Alive
5. PERE UBU, 16 Fevereiro, CDMúsica
6.THE WALKMEN, 4 de Dezembro, Lisboa
7. CARIBOU, 3 de Agosto, Paredes de Coura
8. EL PERRO DEL MAR, 3 de Dezembro, Lisboa
9. MERCURY REV, 29 de Novembro, Aula Magna,
10. LIKKE LI, 4 de Dezembro, Lisboa
20 MOMENTOS/ACONTECIMENTOS/MARCAS 2008
10 LOW:
1. o “esvaziamento” pop-rock do Theatro Circo
2. tal como em 2007, o novo álbum dos Killers
3. o cartaz do SBSR quer do Porto quer de Lisboa
4. a figurinha de Amy Winehouse no Rock In Rio
5. o regresso dos Guns N’ Roses
6. os patrocínios “disfarçados” da Antena3
7. a ego-mimalhice irritante de Cristiano Ronaldo
8. a falência da Economia como uma ciência credível
9. a Educação tratada como arma política
10. a manta de retalhos em que se tornou a selecção nacional
10 HIGH:
1. a simpática Ricke Lee Jones à conversa como old friends na JoJo's
2. os micro/grandes concertos do Passos, Mercedes ou Mercado Negro
3. a Casa das Artes de VNFamalicão como uma das melhores salas da Europa: John Cale, Rickee Lee Jones, Rufus Wainwright... duas vezes. Não é para todos!
4. o regresso nocturno à baixa do Porto
5. a noite de Do(i)dice em Coimbra
6. a redescoberta da bicicleta como formula mágica de inspiração e anti-stress
7. o Federer no Estoril em má forma, mas, mesmo assim, inegualável
8. o magnífico programa “Km Zero” da RTP2 sobre música em Portugal
9. a vitória de Obama e uma nova esperança, oba, oba!
10. os sapatos voadores de um jornalista iraniano.
20 discos:
1. BON IVER – For Emma, For Ever Ago
2. WHY? - Alopecia
3. TOUMANI DIABATÉ – The Mande Variations
4. AMERICAN MUSIC CLUB – Golden Age
5. THE DODOS - Visiter
6. LAMBCHOP – Oh (Ohio)
7. FLEET FOXES – Fleet Foxes
8. DAMIEN JURADO – Caugh in the trees
9. LAST SHADOW PUPPETS – The age of understatment
10. NOTWIST – The Devil , you + me
11. TV ON THE RADIO – Dear Science
12. PORTISHEAD - Third
13. JAMES BLACKSHAW – Litany of Echos
14. THE RACONTEURS – Consolers of the Lonely
15. EL PERRO DEL MAR – From the valley to the stars
16. BEACH HOUSE – Devotion
17. CUT COPY – In ghost colours
18. ISOBEL CAMPBELL & MARK LANEGAN – Sunday at devil dirt
19. GIANT SAND - ProVISIONS
20. DEERHUNTER - Microcastle
20 canções:
1. LAST SHADOW PUPPETS – Standing Next to Me
2. MGMT - Time to pretend
3. BON IVER – re:stacks
4. SAM SPARRO – Black & Gold
5. MERCURY REV – Farway from cars
6. EL GUINCHO – Palmitos park
7. DAMIEN JURADO – Everything trying
8. THE RACONTEURS – Many shades of black
9. THE KILLS – Cheap and cheerful
10. HERCULES & LOVE AFFAIR - Blind
11. CUT COPY – Lights & Music
12. SEBASTIEN TELLIER – Divine
13. RILO KILEY – Dreamworld
14. THE DODOS – Fools
15. LYKKE LI – Little bit
16. PNAU - Embrace
17. IRON & WINE – Lovesong of the buzzard
18. THE TEENAGERS – Starlett Johansson
19. BEACH HOUSE – Astronaut
20. FRYARS – The ides
20 concertos:
1. RICKEE LEE JONES, 12 de Julho, VNFamalicão
2. TOUMANI DIABATÉ, 28 de Maio, CDMúsica
3. TOOTS & MAYTAILS, 28 de Junho, CDMúsica
4. THE DODOS, 05 de Dezmbro, Salão Brazil, Coimbra
5. PORTISHEAD, 26 de Março, Coliseu do Porto
6. RUFUS WAINWRIGHT, 29 de Junho, VNFamalicão
7. KINGS OF CONVENIENCE, 22 de Julho, CDMúsica
8. THE MARS VOLTA, 2 de Agosto, Paredes de Coura
9. SEBASTIAN TELLIER, 14 de Junho, VNFamalicão
10. THE NATIONAL, 11 de Maio, Aula Magna, Lisboa
11. YOUNG MARBLE GIANTS, 30 de Maio, CDMúsica
12. DIRTY PROJECTORS, 7 de Junho, Serralves
13. BONNIE PRINCE BILLY, 13 de Julho, Mercedes...
14. VAMPIRE WEEKEND, 30 de Maio, CDMúsica
15. BLACK LIPS, 21 de Abril, Porto Rio
16. JOHN CALE, 16 de Maio, VNFamalicão
17. CAETANO VELOSO, 23 de Julho, Aveiro
18. PATRICK WATSON, 13 de Março, Aula Magna, Lisboa
19. COCOROSIE, 26 de Maio, TAGV, Coimbra
20. RICHARD HAWLEY, 22 de Fevereiro, St. Maria da Feira
10 CONCERTOS IMPERDÍVEIS, PERDIDOS:
1. LEONARD COHEN, 19 de Julho, Alcântara
2. BEACH HOUSE, 17 de Novembro, Passos Manuel
3. CUT COPY, 14 de Novembro, CD Música
4. NEIL YOUNG, 12 de Julho, Optimus Alive
5. PERE UBU, 16 Fevereiro, CDMúsica
6.THE WALKMEN, 4 de Dezembro, Lisboa
7. CARIBOU, 3 de Agosto, Paredes de Coura
8. EL PERRO DEL MAR, 3 de Dezembro, Lisboa
9. MERCURY REV, 29 de Novembro, Aula Magna,
10. LIKKE LI, 4 de Dezembro, Lisboa
20 MOMENTOS/ACONTECIMENTOS/MARCAS 2008
10 LOW:
1. o “esvaziamento” pop-rock do Theatro Circo
2. tal como em 2007, o novo álbum dos Killers
3. o cartaz do SBSR quer do Porto quer de Lisboa
4. a figurinha de Amy Winehouse no Rock In Rio
5. o regresso dos Guns N’ Roses
6. os patrocínios “disfarçados” da Antena3
7. a ego-mimalhice irritante de Cristiano Ronaldo
8. a falência da Economia como uma ciência credível
9. a Educação tratada como arma política
10. a manta de retalhos em que se tornou a selecção nacional
10 HIGH:
1. a simpática Ricke Lee Jones à conversa como old friends na JoJo's
2. os micro/grandes concertos do Passos, Mercedes ou Mercado Negro
3. a Casa das Artes de VNFamalicão como uma das melhores salas da Europa: John Cale, Rickee Lee Jones, Rufus Wainwright... duas vezes. Não é para todos!
4. o regresso nocturno à baixa do Porto
5. a noite de Do(i)dice em Coimbra
6. a redescoberta da bicicleta como formula mágica de inspiração e anti-stress
7. o Federer no Estoril em má forma, mas, mesmo assim, inegualável
8. o magnífico programa “Km Zero” da RTP2 sobre música em Portugal
9. a vitória de Obama e uma nova esperança, oba, oba!
10. os sapatos voadores de um jornalista iraniano.
PRENDA #6
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
LUNARIDADES #83
. por falar em iPod, os mp3 fazem10 anos em 2008 e nesta década tudo mudou: passamos a comprar cada vez mais vinil. Nós e muitos outros!
. noite de sábado pelos bares à volta da Galeria de Paris com enchentes em todo o lado! No verão apostavamos que quando chegasse o frio e a chuva a “onda” iria desaparecer, mas a previsão saiu completamente ao lado... Um imparável boom.
. seria hoje que os Hot Chip disponibilizariam o tal EP com Robert Wyatt de forma gratuita no seu site oficial. Pois bem, contentem-se para já com uma única borla que o resto só mesmo nas lojas...
BRIAN WILSON E UM TÁXI...
Entre as já famosas Black Cab Sessions, só hoje descobrimos a brincadeira com Brian Wilson gravada em Junho passado. Começando à porta dos estúdios Abbey Road em Londres, a viagem bem disposta tem por banda sonora as maravilhosas harmonias de “That Lucky Old Sun” do disco de 2008 e o clássico “California Girls”. Um dos videos do ano!
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
DUETOS IMPROVÁVEIS # 73
ELIZABETH FRAZER (Cocteau Twins) &
PAUL BUCHANAN (Blue Nile)
Downside Up (Peter Gabriel)
Live Later With Jools Holland, BBC, 28 de Maio de 2000
PAUL BUCHANAN (Blue Nile)
Downside Up (Peter Gabriel)
Live Later With Jools Holland, BBC, 28 de Maio de 2000
(RE)VISTO #20
SCOTT WALKER – 30 CENTURY MAN
de Stephan Kijak, Verve Pictures, 2007
O enigma está em parte desvendado! Como é que de pop star nos anos sessenta Scott Walker se transformou num dos mais obscuros e talentosos compositores contemporâneos? Algumas das respostas estão neste brilhante documentário. Trata-se de uma aproximação muito bem feita ao seu mundo, aos seus medos e anseios, recorrendo a uma conversa/entrevista com o próprio e demonstrando, pela primeira vez, alguns dos métodos de trabalho na construção da sua música. As filmagens em estúdio, aquando da produção do seu mais recente álbum “Drift” de 2006, são, na verdade, uma pedrada no charco inovadora no que à construção de canções (?) diz respeito. Paralelamente, são apresentados testemunhos de músicos tão diversos como David Bowie (que também supervisionou a produção deste filme), Brian Eno, Jarvis Coker, Radiohead e tantos outros, sobre os discos clássicos de Scott Walker, de que forma os descobriram e influenciaram e o choque aquando da edição de “Tilt”. Trata-se de um intenso e comovedor documento sobre a genialidade de um músico que muitos admiram e veneram, mas do qual, convenientemente, conhecemos pouco. A sua auto-reclusão e anonimato, a sua postura contra-corrente é, assim, a fórmula escolhida para nos continuar a surpreender. Ainda muito recentemente (Novembro) decorreu no Barbican de Londres um espectáculo chamado Drifting and Tilting, onde pela primeira vez, foram apresentadas ao vivo canções dos seus dois mais recentes discos. Uma orquestra de 42 músicos, a banda de Scott Walker e cantores convidados como Damon Albarn, Dot Allison, Gavin Friday ou Jarvis Cocker, proporcionaram momentos inesquecíveis sem que Scott Walker tenha aparecido uma única vez em palco! A este propósito e numa entrevista ao jornal “The Guardian”, Scott Walker afirmou: "Essentially, I am attempting the impossible over and over, trying to find a way to say the unsayable”. Este filme, de uma forma inteligente e sóbria, permite perceber um pouco mais sobre este desígnio. Se puderem, não percam a experiência!
30 Century Man (trailer)
PRENDA #5
Em 2009 o disco "Kind of Blue" de Miles Davis comemora cinquenta anos. A Columbia Legacy lançou há dois meses atrás uma edição muito especial deste icon da música que contem o disco original em vinil azul de 180 gramas, um livro, dois CD's e um DVD! Um dos discos de jazz mais vendidos de sempre pode ser vosso por aproximadamente 60€, preço verde! Um investimento seguro.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
HIGH PLACES, Passos Manuel, 10 de Dezembro de 2008
Noite de estreias no bar portuense. Pela primeira vez em Portugal e no Porto o duo norte-americano não desiludiu ninguém. Merecê de muito boa imprensa e, no nosso caso, recomendação infalível, o pequeno auditório esteve quase esgotado e muito atento. A música dos High Places não é de fácil etiquetagem. Servindo-se de loops e beats, numa base pré-gravada, a voz doce de Mary Pearson vai-se misturando a ritmos hipnóticos e exóticos, chamando atenção algum asian touch. Por sua vez, Rob Barber contrapõe uma percursão simétrica, criando um melting pot inovador e sofisticado. Em destaque esteve o disco de estreia homónimo e que ontem, em condições acústicas irrepreensíveis, serviu da melhor forma para nos seduzir. Alguém corajosamente chamou a este som “música de dança inteligente”, o que, atendendo ao concerto de ontem nos Passos, nos parece redutor. É que o brilhantismo da apresentação fez-nos, em diversos momentos, estar noutra dimensão acima de muitas coisas e classificações. Muito bom.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
LUNARIDADES #82
. da incursão Coimbra na passada semana deu para perceber que há gente a “mexer-se” para que a cidade se afirme também como local de peregrinação alternativa. Vamos estar muito atentos...
. ouvir Mário Dorminski justificar as suas escolhas musicas no programa “A Playlist...” da T.S.F. no passado Domingo à tarde, em versão compacta, soube mesmo bem. É que ouvir na radio Pink Floyd, Bob Dylan, Beatles, Blood Sweat Tears e outros já não é muito habitual. Até gostamos dos Barclay James Harvest...
. o disco do Reininho, do que nos foi dado a ouvir na rádio, surpreende pela positiva. Quando menos esperavamos, parece um bom disco que os GNR nunca mais fizeram;
. as listas best of 2008 começam a inundar-nos por todo o lado e, claro, a nossa já está quase pronta. Mas não é nada fácil chegar a conclusões!
PRENDA #4
Em dia comemorativo dos sessenta anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, documento tantas vezes ignorado ou esquecido, aqui fica uma sugestão alusiva. Trata-se da Legacy Edition do clássico e polémico disco de Jonny Cash gravado na prisão de Folson (Califórnia) em 13 de Janeiro de 1968 e que sairia em Maio seguinte, em ano particulamente agitado na sociedade americana, com o nome de “Johnny Cash At Folsom Prison”. Com este disco, Cash revigorava a sua carreira e vida pessoal, momentos, aliás, excelentemente cinematografados em “Walk The Line”. Depois de várias vezes melhorada, a edição de 2008 recentemente disponível e comemorativa dos 40 anos, afigura-se como definitiva. Um álbum histórico e essencial, contendo três disco - 31 canções de dois concertos (!) em dois CD e ainda um DVD com o documentário original, filmagens e entrevistas inéditas. Cinco anos após a sua morte, este é um disco incontornável da história da música popular imortalizado num dos seus principais hits: “Folsom Prison Blues”.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
BON IVER - NOVO EP!
São quatro temas apropriadas à estação e clima ternurento da época. O EP “Blood Bank” sai a 20 de Janeiro em vinil de 12” com direito a um cupão para download e na versão CD. Anunciam-se, entretanto, mais datas australianas que esperamos antecipem novo regresso à Europa e, quem sabe, uma estreia portuguesa! Para quem, como nós, não tem paciência para esperas, o caminho é este. Aconcheguem-se...
THE DODOS, Salão Brazil, Coimbra, 05 de Dezembro de 2008
Um quadro de lousa típico divulgava junto à porta a ementa do dia. Entre vitela assada e outras iguarias anunciava-se a estreia nacional dos Dodos. E que estreia! Subindo ao primeiro andar do salão, já sem as mesas do restaurante, encontramos um rústico espaço antigo, de enormes janelas e ventoinhas no tecto. O palco estreito, num dos topos, tem ao lado uma mesa de bilhar e alguns candeeiros altos. A banda vai assinando, desde logo, vinis e cd’s, aproveitando para se familiarizar com o ambiente até aí desconhecido. O público vai chegando, cada vez mais e tudo parece pronto para o convívio. Convivamos então! Os Dodos sobem ao estrado e, literalmente rodeados por um público expectante e conhecedor do disco “Visiter”, agarram-se a uma única guitarra, uma bateria e vozes afinadas. O som não é o melhor e aos músicos só quem estava na frente os conseguia ver. Mas isso, neste caso, são pormenores sem importância. A vitalidade da música, aquele fervilhar de sangue quente nas veias, típico de quem está a começar e pronto a agarrar qualquer oportunidade, proporcionou a todos, músicos incluídos, um concerto intenso e memorável. Momentos altos em “Fools” e “Red and Purple” já no encore, duas das grandes canções de 2008, entoadas pela maioria como temas velhos conhecidos. Impossível não referir o mais que perfeito acerto dos instrumentos, os crescendos rítmicos enérgicos, nos quais se juntou, algumas vezes, um terceiro parceiro na bateria e xilofone e a entrega cúmplice e suada de uma dupla com enorme garra e vivacidade. O tal convívio haveria de continuar noite dentro em frenético ritmo de dança, com os músicos na improvisada pista ao som de êxitos indie pop. Uma confraternização inesperada de novos amigos, num dos mais divertidos pós-concertos a que já assistimos e participamos! De parabéns está a organização, a associação Lugar Comum, pela cuidada e acertada escolha, uma verdadeira comissão de festas que se prepara para mais “aventuras” já no novo ano. Ainda bem, porque para comemorações informais como esta estaremos sempre prontos. Como alguém sugeriu num jornal y, quem não foi, paciência... (videos HugtheDj)
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
DUETOS IMPROVÁVEIS #72
SIMONE RUBI & ERLEND OYE
Connection (Rubi)
San Francisco, EUA, 30 de Março de 2007
Connection (Rubi)
San Francisco, EUA, 30 de Março de 2007
UM NOVO DISCO DE KHONNOR!
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
FAROL #63
Sugerimos ontem um novo disco de Neil Young. Agora, aproveitando o embalo, mostramos os caminhos separados para um dos seus mais pirateados projectos, o disco “Chrome Dreams” de 1977. Muitos dos temas viriam a aparecer em futuras gravações, mas nunca houve uma edição oficial deste álbum. Em 2007, se bem se lembram, Young lançou, trinta anos depois, “Chrome Dreams II” uma sequela do original. Keep on rocking...
CUBA
Poor and isolated, Cuba is crumbling. Can music save it? Começa assim a história de capa da revista Time na sua edição europeia desta semana. Uma visão ocidental do problema cubano em que a música é o fio condutor, mas que dá que pensar em tempos de globalização. Leitura recomendada.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
LUNARIDADES #81
. não percam a exposição “O Livro Vermelho de Um Fotógrafo Chinês” que está no Centro Português de Fotografia. Um pedaço de história brutal em momentos subliminarmente vividos, sem subterfúgios. As fotografias emolduradas, para uma melhor precepção, não tem vidros protectores...
. os American Music Club viram o seu álbum consagrado em oitavo lugar na lista de melhores de 2008 pela Blitz! Para quem habitualmente surge fora dos eleitos, esta é uma posição invejável.
. por falar em Blitz, ainda não ganhamos coragem para comprar o número de Dezembro. É que ver o Axl Rose na capa faz-nos lembrar uma outra antiga e indescritível capa do jornal Blitz, que tanta polémica gerou, com um amuado Axl com um laçarote rosa na cabeça. Não havia necessidade!
. é a queda de um mito... A Apple aconselha a utilização de um anti-virus em todos os seus modelos Mac! Já nada é sagrado.
. o “Natal Feito à Mão”, promovido pelo Plano B e pela CMPorto, tem uma próxima edição no dia 13 e por lá, certamente, não vai faltar a amiga Cris e as suas t-shirts únicas. Todas com bom feitio, é melhor encomendar antes que esgotem...
PRENDAS #3
Após quarenta anos escondido, chega ao mercado inglês na próxima segunda-feira pela Reprise Records e no âmbito do desvendar do magnífico arquivo, mais um disco a solo de Neil Young. Gravado na Canterbury House no Michigan nas noites de 9 e 10 de Novembro de 1968, este é um dos primeiros concertos a solo depois da saída dos Bufallo Springfield. É visto por muitos como uma experiência para sentir a resposta do público à sua carreira a solo. Claro que ela foi muito positiva, sendo esta gravação um testemunho dessa adesão histórica, servindo de rampa de lançamento para os seus primeiros discos. Muitas das canções desses álbuns aparecem pela primeira vez neste concerto, como é exemplo o tema que dá título a esta edição – “Sugar Mountain - Live At Canterbury House 1968”. São vinte e três temas, sendo quase metade aquilo a que se pode chamar spoken-word, já que não passam de introduções ou conversas satíricas e jocosas entre cada uma das canções. Já na altura, brilhante! Ouçam-no por aqui...
PRENDAS #2
PRENDAS #1
O muito aguardado disco novo dos Franz Ferdinand "Tonight" terá por parte da editora Domino um tratamento VIP. Uma das versões é uma tentação: uma caixa onde serão inseridos 6 singles de sete polegadas com a totalidade dos temas do álbum, o CD normal, um CD com uma versão dub do mesmo álbum chamada “Blood:Tonight”, um DVD intitulado “Between Summertown & Merryland” com quarenta minutos de making off e algumas actuações ao vivo, um livro de 24 páginas em capa dura e uma daquelas pequenas rodelas ("dink") personalizada para colocar no meio dos singles. Tudo ao preço módico de 80€! Aceitam-se encomendas. Haja fôlego...
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
É NATAL, É NATAL...
Dando continuação a uma tradição já antiga, os Wedding Present editam agora um novo EP de Natal disponível para download na página oficial do grupo. A atracção principal é um dueto de David Gedge com a cantora americana Simone White. A canção foi escrita por Gedge e pelo baixista Terry de Castro e tem vídeo gravado em Hollywood, fazendo justiça ao seu título – “Holly Jolly Hollywood”. O referido EP contém ainda uma versão do tracional “White Christmas”. Mais um presente natalício de uma banda a dar-nos boa música há vinte e três anos...
The Wedding Present "Holly Jolly Hollywood" featuring Simone White
(RE) LIDO #13
SCOTT WALKER – ANOTHER TEAR FALLS
Jeremy Reed, Creation Books, 1998
Who are you Scott Walker? A pergunta podia estar num dos primeiros parágrafos deste ensaio, mas, efectivamente, ela é a última frase da sua derradeira página... A questão não é, assim, de fácil resposta. Personagem enigmático da história da música popular ocidental, Scott Walker parecia talhado para o sucesso estrondoso como parte dos Walker Brothers na primeira metade dos anos sessenta. Depois, entre 1967 e 1969, em nome próprio, gravou quatro discos a solo, onde, entre versões de Jacques Brel, Bacharach ou Tim Hardin, escreveu e cantou canções suas, verdadeiras pérolas intemporais de bom gosto e subtileza, uma versão quase luxuosa de Frank Sinatra. Dos quatro “Scott” é difícil escolher um deles, tamanha é a concentração de magníficas interpretações e composições. Exemplos: “Montague Terrace (In Blue)” ou “Such Small Love” do primeiro, “The Amorous Humphrey Plugg” ou “Plastic People” do segundo, “It’s Rainning Today” ou “Big Louise” do terceiro e “The Old Man’s Back Again” ou “Boy Child” do último. Um outro “clássico” chamado “Till the Band Comes In”, saído em 1970, foi na altura quase ignorado, mas o tempo viria ainda a dar-lhe “vida” e o devido reconhecimento. Na procura de uma explicação para tamanho talento, adquirimos em 2002 este livro, editado em 1998, um dos poucos, até aí, disponíveis sobre o Scott Walker. Sem surpresa, a sua recente leitura não trouxe grandes explicações ou novidades. É certo que não procurávamos uma biografia pormenorizada ou rebuscada da sua vida, o que se afigura tarefa impossível de concretizar. Mas o anonimato a que o cantor se auto-impôs desde o princípio dos anos oitenta, criou em nós e em muitos fãs uma nebulosa teia de dúvidas de irresistível demanda. Uma das causas principais desta procura está num disco – “Tilt”, um não-álbum, por assim dizer, verdadeira obra prima da música contemporânea editado em 1995, quebrando um silêncio de onze anos (o álbum “Climate of Hunter” é de 1984). De feições negras e funebres, até na capa e design utilizado, este disco reflecte um conjunto de “fraquezas” pessoais que são, no essencial, o motivo deste livro. Reclusão, incómodo nas aparições públicas e nas raras actuações ao vivo (vide abaixo a interpretação de “Rosery” no programa de Jools Holland em 1995), são, entre outras, questões sem explicação fácil. O autor, o mesmo da nota que contextualiza o álbum (único no mundo) de homenagem promovido pela portuguesa Transformadores em 2005 e do qual se fez uma apresentação ao vivo, tenta de diversas formas lá chegar – nas respostas das poucas entrevistas dadas, nas entrelinhas das letras das canções, nas comparações com outros músicos e cantores, sendo de referir o exagero na associação a Marc Almond, autor inspirado por Walker mas sem comparação qualititava possível. Descobrimos depois que o autor viria a escrever um livro sobre o próprio Almond... Assim, do ponto de vista biográfico este não é o livro mais aconselhável, figurando-se como uma exploração quase poética sobre o imaginário negro de Scott Walker que se torna, por vezes, demasiado densa. Certo é que Walker continua a surpreender-nos pela dissonância, intemporalidade e genealidade. Veja-se o inclassificável disco “The Drift” de 2006, mais uma acha para o adensar do mistério. Assim, e sem uma resposta eficaz à pergunta inicial, visualizaremos em breve o recente DVD “Scott Walker – 30 Century Man”, uma nova cruzada na procura do “graal”. Quem és tu, Scott Walker?
Jeremy Reed, Creation Books, 1998
Who are you Scott Walker? A pergunta podia estar num dos primeiros parágrafos deste ensaio, mas, efectivamente, ela é a última frase da sua derradeira página... A questão não é, assim, de fácil resposta. Personagem enigmático da história da música popular ocidental, Scott Walker parecia talhado para o sucesso estrondoso como parte dos Walker Brothers na primeira metade dos anos sessenta. Depois, entre 1967 e 1969, em nome próprio, gravou quatro discos a solo, onde, entre versões de Jacques Brel, Bacharach ou Tim Hardin, escreveu e cantou canções suas, verdadeiras pérolas intemporais de bom gosto e subtileza, uma versão quase luxuosa de Frank Sinatra. Dos quatro “Scott” é difícil escolher um deles, tamanha é a concentração de magníficas interpretações e composições. Exemplos: “Montague Terrace (In Blue)” ou “Such Small Love” do primeiro, “The Amorous Humphrey Plugg” ou “Plastic People” do segundo, “It’s Rainning Today” ou “Big Louise” do terceiro e “The Old Man’s Back Again” ou “Boy Child” do último. Um outro “clássico” chamado “Till the Band Comes In”, saído em 1970, foi na altura quase ignorado, mas o tempo viria ainda a dar-lhe “vida” e o devido reconhecimento. Na procura de uma explicação para tamanho talento, adquirimos em 2002 este livro, editado em 1998, um dos poucos, até aí, disponíveis sobre o Scott Walker. Sem surpresa, a sua recente leitura não trouxe grandes explicações ou novidades. É certo que não procurávamos uma biografia pormenorizada ou rebuscada da sua vida, o que se afigura tarefa impossível de concretizar. Mas o anonimato a que o cantor se auto-impôs desde o princípio dos anos oitenta, criou em nós e em muitos fãs uma nebulosa teia de dúvidas de irresistível demanda. Uma das causas principais desta procura está num disco – “Tilt”, um não-álbum, por assim dizer, verdadeira obra prima da música contemporânea editado em 1995, quebrando um silêncio de onze anos (o álbum “Climate of Hunter” é de 1984). De feições negras e funebres, até na capa e design utilizado, este disco reflecte um conjunto de “fraquezas” pessoais que são, no essencial, o motivo deste livro. Reclusão, incómodo nas aparições públicas e nas raras actuações ao vivo (vide abaixo a interpretação de “Rosery” no programa de Jools Holland em 1995), são, entre outras, questões sem explicação fácil. O autor, o mesmo da nota que contextualiza o álbum (único no mundo) de homenagem promovido pela portuguesa Transformadores em 2005 e do qual se fez uma apresentação ao vivo, tenta de diversas formas lá chegar – nas respostas das poucas entrevistas dadas, nas entrelinhas das letras das canções, nas comparações com outros músicos e cantores, sendo de referir o exagero na associação a Marc Almond, autor inspirado por Walker mas sem comparação qualititava possível. Descobrimos depois que o autor viria a escrever um livro sobre o próprio Almond... Assim, do ponto de vista biográfico este não é o livro mais aconselhável, figurando-se como uma exploração quase poética sobre o imaginário negro de Scott Walker que se torna, por vezes, demasiado densa. Certo é que Walker continua a surpreender-nos pela dissonância, intemporalidade e genealidade. Veja-se o inclassificável disco “The Drift” de 2006, mais uma acha para o adensar do mistério. Assim, e sem uma resposta eficaz à pergunta inicial, visualizaremos em breve o recente DVD “Scott Walker – 30 Century Man”, uma nova cruzada na procura do “graal”. Quem és tu, Scott Walker?
Scott Walker – Rosary (Jools Holland 1995)
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