Na imensidão de listas que classificam os melhores álbuns de 2010 não vai ser fácil encontrar a nomeação de "The Wants" dos escoceses The Phantom Band. Contudo, é nossa convicção que, mais cedo ou mais tarde, esta injustiça virá a ser corrigida atendendo à impressionante qualidade do registo, uma surpresa só ao nível daquilo que os These New Puritans gravaram em "Hidden". Trata-se do segundo trabalho para a Chemikal Underground, depois do promissor "Checkmate Savage" (2009) e do potential hit que continua ser "The Howling", onde as comparações são muito difíceis de apontar e onde, acima de tudo, não há uma canção que se possa destacar. Classificado como "the soundtrack to their own personal apocalypse", a unidade e consistência dos nove temas fazem de "The Wants" uma jóia indivisível de rock polvilhado de kraut, folk e psicadelismo que não podem ser ouvidas separadamente e que o transformam, rapidamente, num clássico moderno. Esperamos um dia ter a felicidade de o testar ao vivo.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O REGRESSO DO RAPAZ
Sempre acompanhamos a carreira de Daman Gough, ou seja Badly Drawn Boy. Desde tempos mais mainstream do início da década, até à mais recente aventura "Is There Nothing We Can do?" inspirada no filme "The Fattest Man in Brittain" que passou na TV inglesa, temos para nós que Gough sempre foi um grande compositor de canções. Um pouco de surpresa, foi lançado, em Outubo passado, o primeiro de uma nova trilogia de álbuns de nome "It's What I'm Thinking" que teve edição na sua própria editora, a One Last Fruit. Chama-se de "Photographing Snowflakes" e o single inicial "Two Many Miracles" anuncia o regresso aos grandes temas e também, neste caso, aos grandes videos. Ouvindo o álbum na totalidade, é notório um espírito mais positivo e alegre, depois de alguns tempos menos criativos e de indecisão, provando que Damon Gough sabe, como poucos, escrever pérolas pop de elevado calibre. Prometido está já um novo single ("I Saw You Walk Way") para Janeiro. Paralelamente, foi produzido o pequeno filme "Oxidizing Hexagons", resultado de uma colaboração com o velho amigo Andy Votel e com o realizador Tom Fitzgerald, traduzida numa aventura visual arrojada sobre as canções do referido "Photographing Snowflakes". Em dia de gelo e neve, ora aqui está um bom tópico...
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
LUNARIDADES #110
. a passagem de Neil Hannon/Divine Comedy por Portugal é, para já, um assinalável êxito: destaques pouco habituais em jornais (no i e no DN), concertos esgotados e actuações a deixar saudades. Finalmente!
. já ouviram David Lynch a cantar, quer dizer, a experimentar? É melhor ouvir mais vezes.
. ainda vão a tempo de participar na leitura de "Dom Quixote" no Youtube. O desafio vai já em 1450 fragmentos dos 2149 previstos. Uma fórmula perspicaz de motivar a leitura e divulgar a língua... castelhana. Um exemplo a importar!
. organizado pela SPOT, o Flea Market ganhou outra vida com a aposta em feiras temáticas que ocupam espaços sempre diferentes. Depois do surf no Edifício Transparente, do street wear na Rua das Flores, decorreu no sábado passado uma edição dedicada à arquitectura onde se deu a descobrir o magnífico edifício Parnaso (Rua Nª Sª de Fátima) do Arqtº Carlos Loureiro que se econtra, infelizmente, abandonado. A recuperação é urgente.
. "Já Não Há Pachorra" nº 10.
(RE)VISTO #37
BRUCE SPRINGSTEEN - THE PROMISE
The Making of Darkness on The Edge of Town
de Thorn Zimny, RTP2, 27 de Novembro de 2010
Entre os múltiplos extras incluídos na apetecível edição comemorativa deste álbum mítico de Springsteeen, num total de mais de seis horas de filme (3 DVD's) e cerca de duas horas de música (3 CD's), destaca-se um documentário inédito que recolhe testemunhos actuais de todos os músicos e produtores envolvidos, bem como imagens captadas em estúdio em 1978. Ver esta peça de colecção escondida na programação de madrugada da televisão pública portuguesa parece um sacrilégio, mas foi precisamente o que aconteceu na passada sexta-feira na RTP2. Mesmo assim, atendendo ao adiantado da hora e ao peso do sono, o esforço valeu bem a pena. Dirigido por Thom Zimny, o documento torna-se obrigatório para os fãs de Springsteen, mas devia estender-se, como exemplo, a todos os que hoje lutam para se afirmarem no mundo da música. Persistência, abnegação e dedicação juntam-se ao talento do, então, jovem músico, numa epopeia difícil, onde foram registadas mais de 70 canções em diversas versões, numa historia recambolesca e suada que as magníficas imagens a preto e branco transpiram. Conflicto, tensão, mas também muita camaradagem e humor da verdadeira dream team que foi (é) a E-Street Band de, entre outros, Max Weinberg ou Steve Van Zandt, são igredientes que, mesmo hoje, como confessado, se tornaram decisivos no êxito do disco. Saber que (10) canções escolher ou qual a mistura adequada levaram o Boss quase ao desespero, mas o tempo haveria de lhe dar razão. Não cair na tentação do êxito fácil ("Born to Run" de 1975 mantinha a fasquia muito alta), nem em ascenções perigosas, foram estratégias incompreendidas na altura, mas que um humilde, mas sábio, Springsteen retratado para sempre na imagem da capa, soube, melhor que ninguém, fazer respeitar. Muito respeito, é, assim, o sentimento que todos, ao ver este documento, devemos prestar a um músico tão talentoso mas nem sempre compreendido.
THE DIVINE COMEDY, Centro de Artes e Espectáculos São Mamede, Guimarães, 27 de Novembro de 2010
Da anunciada primeira parte dos concertos portugueses dos Divine Comedy, a cargo de Cathy Davey, ninguém deu pela falta e também não houve muitas queixas. Foi assim que, um pouco depois da hora marcada, Neil Hannon entrou em palco de cachimbo na boca, mala e chapéu de coco como adereços de um fato preto a rigor, mas já de gravata torçida e se sentou ao piano mesmo ao lado de uma garrafa de vinho tinto. Ao jeito de aquecimento, já que a temperatura na sala era, tal como a noite lá fora, bem fria, desculpou-se pela demora no regresso a Portugal enquanto gozava, apontando para todos nós, com o fatal pedido de ajuda financeiro português antes do muito a propósito “The Complete Banker”. Quebrada alguma cerimónia, atirou o chapéu para trás do palco e anunciou “Everybody Knows”, um oldie como foi chamado a que acrescentou um irrepreensível “The Certainty of Chance”. A festa estava, então, lançada. Plateia em pé bem perto, palmas, compassos e letras sabidas de cor pela maioria, mesmo que seja “I Like”, tema recente, mas de irresistível balanço. Já à guitarra, onde notoriamente exige a si próprio mais concentração, atacou “Becoming More Like Alfie” e “Perfect Love Song”, dois exemplos cimeiros do que deve ser uma canção pop. Imitou, com a voz, solos de guitarra ou Hammond e mesmo com o da capo umas oitavas acima, um “pormenor” que só o ouvido atento do manager se deu ao trabalho de corrigir, entrando em palco para, ele próprio, alterar a posição do objecto num dos momentos mais hilariantes da noite, demonstrou excelente forma. De volta ao aconchego do piano, desculpou-se por não ter nenhum tema de nome “Portugal” e por isso escolheu o épico “Sewden”, mas com a “Indie Disco” de palmas e estalar de dedos colectivo a preceito, a noite estava já ganha. Como prémio, uma versão arrebatadora e inesperada de “Dont You Want Me” dos Human League e o cumprir de um pedido prévio (“The Plough”) dedicado a uma tal Helena que ele confessou não conhecer... De novo de guitarra em punho, não esqueceu “A Lady of Certain Chance”, tocante pedaço de lírica e composição e “Songs of Love” com o tradicional e afinado coro de assobios. Até ao final, um desfilar de clássicos ao piano: “Generation Sex”, “The Pop Singer’s…”, “Our Mutual Friend” (uaauu!) ou “Tonight We Fly”, momentos best of continuados já no encore com “The Frog Princess” e “National Express” com os seus “pa, parara, pa, parara” em coro. Claro que faltaram mais alguns hits (“The Summerhouse”, “Something For The Weekend”, “If…” ou “Your Daddy’s Car”) mas não houve tempo para mais. Um one man show que teve já direito a disco ("Live at Summerset House") gravado no verão passado (que foi pena que não estivesse à venda no local) e, como se fosse preciso, um espectáculo a solo que reforça e confirma Hannon como um dos grandes compositores da pop das últimas duas décadas. Cheers!
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
CLÁSSICO #21
THE DIVINE COMEDY - The Summerhouse
É motivo de culto aqui por casa há já longos anos. Neil Hannon e os seus Divine Comedy gravaram, ao longo da sua já alargada discografia, muitas das músicas da nossa vida. Para além de brilhante compositor, algumas das líricas da sua autoria resultam num surpreendente exercício de saudade e recordação doutros tempos de infância e juventude. É o caso de "The Summerhouse", tema incluído no álbum "Promenade" de 1994, onde repousavam outras pérolas como "The Booklovers", "Tonight We Fly" ou o arrebatador "When the Lights Go Out All Over Europe". Pois bem, Hannon está de volta a Portugal, onde sozinho promete algum humor britânico e um desfilar de clássicos à guitarra e piano. Amanhã em Guimarães ou Domingo em Aveiro, esperamos, num momento raro e com emoção, poder ouvir e cantar assim:
Do you remember the way it used to be?
June to September,
In a cottage by the sea.
Distant cousins, local kids -
We climbed every tree together,
And it never ever rained
'Til we climbed back on the train
That would take us so far away
From the village and the rain,
And the summerhouse
Where we found new games to play.
Do you remember Sunday lunch on the lawn?
Daring escapes at midnight,
And costumeless bathes at dawn.
You were only nine years old,
And I was barely ten -
It's kind of weird to be back here again...
Do you remember
The summerhouse?
MUITO LÁ DE CASA
São para já quatro os volumes (!) que Brad Cox oferece aos interessados no blog de um dos seus alter-egos, os Deerhunter. Gravados nos últimos meses em ambiente caseiro, os "Atlas Sound Bedroom Databank" misturam versões (Dylan e até Kurt Vile), jam's e experiências sonoras da sua autoria e onde executa todos os instrumentos. Há ainda um tema de infância de 1974 cuja história é, magistralmente, contada pelo próprio. O profícuo artista promete não ficar por aqui e, por isso, há que estar atento.
SABER ESPERAR
Temos por hábito coleccionar singles em vinil dos Arcade Fire, uma aposta numa banda de qualidade, que sabe o que faz e que, acima de tudo, se vai valorizando. Aquando da recente edição do terceiro álbum "Suburbs" logo procuramos novos 45 rotações, mas, excluindo um 12 polegadas de edição restrita, não vislumbramos qualquer movimentação. Posteriormente, no entanto, encontramos uma daquelas rodelas a ser oferecida com a aquisição do disco em algums lojas online, mas a todas elas chegamos, obviamente, tarde. Trata-se da edição promocional do tema "We Used To Wait" registada num só lado do vinil, limitada a mil exemplares e que recentemente foi já vendida por mais de trinta libras. Mas a espera forçada acabou por ser recompensada. A prenda estava mesmo aqui ao lado, na FNAC Portuguesa, que tem ainda à venda a parelha ("The Suburbs" digipack + single de vinil) por 17€. Sem dúvida um bom investimento.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
FAROL #88
O "Record Club" de Beck parece ter chegado a um primeiro fim. O último e estranho projecto consistia na recriação do álbum de Yanni "Live at the Acropolis", mas o músico confessou que era hora de parar devido a alguma falta de inspiração e incompatibilidade de datas com os restantes parceiros Thurston Moore e os Tortoise. Faltam, por isso, algumas faixas mas o que foi feito pode ser descarregado em diversas fases (1, 2, 3, 4). Entretanto, Beck pretende escolher as melhores covers entre os cinco "Record Club" já realizados para edição de um álbum e pede, para o efeito, a ajuda de todos.
Curiosa ainda a recente disponibilização de uma conversa de Beck com Caetano Veloso registada em 2009 e onde se fala de uma canção chamada "Girl from R.I.P.onema.”... Imperdível.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
(RE)LIDO #27
QUARTOS IMPERIAIS
de Bret Easton Ellis. Lisboa: Teorema, 2010
Para uma geração como a nossa que engraçou imediatamente com "Menos Que Zero", cuja edição portuguesa saída há vinte cinco anos tinha na capa um inesquecível desenho de Jorge Colombo, não há livro de Ellis que possa passar ao largo. O retrato, na primeira pessoa, das aventuras de um grupo de grupo de jovens ricos escondidos do sol e da lua californianos atrás de uns Ray Ban Wayfarer sob o efeito de droga, sexo e traição, produziu nessa altura uma receita inebriante que o autor não mais conseguiu alcançar. Mesmo assim, lemos todos os restantes (4) romances que Ellis, preguiçosamente, se deu ao trabalho de escrever e assitimos, penosamente e em versão televisiva, à adaptação de "Menos que Zero" e "Psicopata Americano". Antevendo o descalabro de que a maioria da imprensa deu conta, alinhamos uma lista em shuffle de temas dos anos 80 e em três horas de uma madrugada menos fria demos conta do recado.
Nesta nova tentativa finória de sucesso, Ellis regressa aos mesmos personagens de "Menos que Zero" e ao mesmo cenário, Los Angeles, mas grande parte da inocência e frescura, obviamente, que se perdeu. Não há agora lugar a meia dúzia de referências comerciais de roupa, perfumes ou bebidas por página como no original, nem sequer as múltiplas alusões a temas musicais típicos da época e que viriam a ser a imagem de marca de "Psicopata Americano". Bandas como Bat For Lashes, The Fray (!) ou artistas como Elvis Costello ainda aparecem tenuamente citados, mas a música já não é importante. O sexo descartável, a droga, a vingança e o vedetismo continuam em alta, mas a personagem central de "Quartos Imperiais" é a tecnologia e, sobretudo e irritantemente, o iPhone. Tudo funciona, assim, como um episódio gigante de "Californication" em versão hardcore, sem que a trama, ao contrário da série, nos faça ficar agarrados. Resultado, um realismo demasiado sujo que se mastiga e deita fora enquanto esperamos pelo próximo. Venha ele.
ABBA A NU
Não, não é uma fotomontagem nem sequer uma capa antiga da revista, mas sim o número da Inrockputibles que saiu hoje para as bancas em França, onde os ABBA põem, supostamente, quase tudo a nu sobre a sua eterna e polémica separação. Gostamos cada vez mais deste desempoeiramento editorial que se assume, frontalmente, sem medos e etiquetas. Watch out!
SÃO PÉROLAS...
Tentem, a todo custo, não perder um dos mil e quinhentos singles em vinil onde Laura Marling interpreta versões acústicas de "Blues Run the Game" de Jackson C. Frank (que nos habituamos a ouvir nos bootlegs de Nick Drake) e "The Needle Ant The Damage Done" de Neil Young. Trata-se de um gravação produzida por Jack White e editada na "Blues Series" da sua "Third Man Records" e teve uma tiragem especial tricolor de cem discos que desapareceram, em minutos, no passado dia 13 da Rough Trade East de Londres. Marling, de apenas 20 anos, é uma das novas vozes maravilha da folk britânica e tem em "I Speak Because I Can", o seu segundo álbum, um perfeito tesouro.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
(RE)VIST0 #36
ARCADE FIRE - MIROIR NOIR
THE NEON BIBLE ARCHIVES
de Vincent Morriset, DVD, Sonovox, 2008 Se não fosse uma tal cimeira da Nato, talvez hoje surgisse por aqui uma nota referente ao concerto dos Arcade Fire no Pavilhão Atlântico que deveria ter acontecido na noite de ontem. Jogando na substituição, um pouco mais barata mas, certamente, menos intensa, apagamos a luz da sala, pusemos os auscultadores e carregamos no "play all" de um documento editado no final da digressão de "Neon Bible", que chegou a mais de vinte países, incluindo Portugal, num total de 120 concertos. Numa dessas estadias, a banda foi convidada por Vincent Moon para gravar, em Março de 2007, um já mítico "Take Way Show/La Blogothéque" registado num elevador parisiense. A colaboração haveria de se estender a outras viagens e espectáculos, imagens utilizadas neste DVD sob a forma de um filme-concerto com o título principal de Miroir Noir e que tem, na sua edição de luxo em dois discos, um pequeno tesouro de design com direito até a regras de desembrulho! No primeiro desses discos e ao longo de setenta minutos, são intercaladas um conjunto de imagens e sons diversos que podem ser pedaços de canções ao vivo, em estúdio ou nos camarins, chamadas telefónicas dos fãs do tipo "confessionário" a propósito da edição de "Neon Bible" ou até os dez músicos apertados no tal elevador francês em versão acústica. Não há referências a locais ou datas e o ambiente, de tons sépia e necessariamente negro, resulta num quase filme experimental que acaba com um abraço emocional do casal Butler em plena rua numa madrugada citadina que bem podia ser a baixa lisboeta. Um documento interessante, bem produzido pela banda, mas que, apesar da sua sinceridade e qualidade, não deslumbra. Gostamos, pois, bem mais do segundo disco que reúne actuações em televisão e rádio, onde a banda é captada na sua principal essência e pureza - tocar ao vivo. Como testemunhado no SBSR de Julho de 2007, os Arcade Fire são um caso sério e electrizante em cima de um palco, como o provam as presenças incendiárias no Saturday Night Live e na BCC2 e que são, na sua totalidade, compiladas para a posteridade neste segundo disco. Aqui fica um desses exemplos gravado em Maida Vale, um auditório de pequena dimensão e que será sempre o cenário ideal para os Arcade Fire pegarem fogo.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
PETER BRODERICK A DOIS PASSOS
Se em Outubro foi Heather Woods Broderick que se apresentou em concerto em Braga e Coimbra, em Dezembro (dia 8, quarta-feira) teremos o previlégio de receber o irmão Peter Broderick no palco do Passos Manuel. O multi-instrumentista terá a companhia de Greg Haines e do português Azevedo Silva, num espectáculo que passará nas vésperas por Coimbra e Funchal. Uma oportunidade para comprovar o talento de um enorme músico e que tem no último álbum "How They Are" uma mão cheia de pérolas como esta "Sideline".
terça-feira, 16 de novembro de 2010
LEVE(K) E FRESCO
Qualquer recomendação ou sugestão vinda de Miramar via HugTheDj é sempre de confiar. É o caso de Levek, ou seja David Levesque, músico que edita hoje nos EUA o seu primeiro single de vinil onde está o fabuloso tema "Look On The Bright Side". Trata-se de uma canção barrada de soul, com uma auréola retro brilhante e onde as guitarras wha wha fazem mossa. O músico da Flórida tem um álbum de experiências editado em 2009 na Badcamp, mas é com esta nova aventura oficial que desperta o mundo que se apressa a fazer a classificações (Afro meets Disney...) e comparações (Dirty Projectors), bem como a espalhar, para nosso contentamento, as canções.
NUMA ILHA COM OS EFTERKLANG
Em Agosto passado os Efterklang convocaram o francês Vincent Moon para os acompanhar numa viagem por uma ilha dinamarquesa. Pretendia-e que o mais que experiente realizador registasse em video a banda em concertos e experiências por essas paragens, interagindo com músicos, famílias e crianças locais em novas e inesperadas roupagens das canções editadas este ano no magnífico álbum "Magic Chairs". Tal como em anteriores digressões, ao quarteto base juntaram-se os irmãos Peter e Heather Broderick (ver video abaixo) e também Niklas Antonson dos Slaraffenland e o guitarrista Frederik Teige. O resultado final de tão intensa aventura (tocaram com mais de 200 músicos em 4 dias...) começa agora a ser conhecido com a apresentação de um primeiro teaser dum filme a que chamaram "An Island" e que tem estreia marcada para Fevereiro de 2011. Uma pérola, com toda a certeza.
Relembra-se que os Efterklang tocam, sem ameaças de cancelamento, na próxima sexta-feira em Lisboa (MusicBox) e só é pena que nenhum iluminado promotor tivesse arriscado também uma apresentação mais a norte... LUNARIDADES #109
. a passagem dos Vampire Weekend pelo Porto foi classificada pelo JN como confrangedora. Atendendo a que uma das razões apontadas do falhanço tem a ver com a dimensão do espaço do Coliseu, será que no Campo Pequeno lisboeta ainda foi pior?
. o regresso triunfante de Conan O'Brien aos ecrãs americanos no até agora obscuro canal TBS vai começar a ser retransmitido em Portugal já este mês na SIC Radical. Ora aqui está uma boa notícia. Que saudades!
. o livro "Cimo de Vila" de Carlos Tê com ilustrações maravilhosas de Manuela Bacelar é um monumento. Um monumento à cidade do Porto, à sua memória, às suas gentes e também um enorme exemplo de bom gosto editorial. Aquele cartão duro da capa a imitar os pacotes de biscoitos (de Valongo?) antigos é de uma acutilância exemplar. Pena que a FNAC o tenha lá bem escondido na secção de banda desenhada...
. a próxima edição do Primavera Sound de Barcelona que se realiza em Maio começa a ganhar uma dimensão de qualidade avassaladora: Animal Collective, Flaming Lips, Mercury Rev, Ariel Pink, The National, Fleet Foxes, Pulp, Fiery Furnaces, Suicide e Belle & Sebastian... Ufa, esperamos que alguns "estiquem" até cá.
. "Já Não Há Pachorra" nº 9
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
DUETOS IMPROVÁVEIS #156
JUSTIN VERNON (BON IVER) +
ANNIE CLARK (ST. VINCENT)
"Rosyln" (Vernon)
Festival MusicNow, 30 de Março de 2010Cincinnati, Ohio, EUA
PANDA BEAR AOS PEDAÇOS
O terceiro de uma série de quatro singles em vinil de edição limitada (3000 cópias) referentes a temas do novo álbum de Panda Bear acaba de ser anunciado para Dezembro via Fat-Cat. Trata-se de mais uma dose dupla de canções de teor experimental ("Last Night at the Jetty" / "Drone) a ser incluídas no disco a solo "Tomboy". A estratégia é publicar os singles em quatro editoras diferentes, tendo as duas anteriores experiências esgotado num ápice. O single precedente ("You can count on me" / "Alsatian Darm"), que saiu na Domino em Outubro, esgotou só em pré-encomenda e o primeiro ("Tomboy" / "Slow Motion") publicado em Julho na casa dos Animal Collective, a Paw-Tracks, chega já aos trinta euros no segundo mercado! Um quarto sete polegadas está previsto para a Kompakt alemã e nele poderá ser incluído o tema "Benfica" já diversas vezes experimentado ao vivo, o que tornará o vinil ainda mais apetecível para alguns fãs das Águias que, nesta altura do campeonato, bem precisam de alento... Noah Lennox aka Panda Bear é casado com a designer Fernanda Pereira de quem tem já dois filhos e na sua residência por Lisboa ganhou uma afeição pelo principal clube da capital, tendo decidido incluir sons das bancadas da Luz numa das suas novas experiências sonoras (ver video abaixo). Há também uma gravação de um concerto a solo registado na ZDB alfacinha em Setembro de 2004, ano em que o músico trocou Nova Iorque por Lisboa e que ainda se encontra disponível exclusivamente para download digital via Amazon.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
3 X 20 NOVEMBRO
20 canções:
. BEST COAST - When The Sun Don't Shine
. WAVVES - Linus Spacehead
. VIOLENS - Violent Sensation Descends
. KLAXONS - Echoes
. DARK DARK DARK - In Your Dreams
. BEN FOLDS & NICK HORNBY - From Above
. LAETITIA SADIER - By The Sea
. OWEN PALETT - A Man With No Ankles
. GIGI - The Marquee (with Katie Eastburn)
. HOLIDAY SHORES - Edge of Our Lives
. THE WALKMEN - Blue As Your Blood
. BLONDE REDHEAD - My Plants Are Dead
. SYD MATTERS - Hi Life
. DEERHUNTER - Helicopter
. THE CLIENTELE - Paul Verlaine
. ISOBEL CAMPBELL & MARK LENAGAN - Time of the Season
. RAY LAMONTAGNE & THE PARIAH DOGS - Like Rock & Roll And Radio
. PETER BRODERICK - Human Eyeballs On Toast
. JOHN GRANT - Fireflies
. SUFJAN STEVENS - Futile Devices
20 versões:
. MAYER HAWTHORNE - Thin Moon (James Pant)
. JAMES YUILL - Frozen (Madonna)
. SEE GREEN - I Can Change (LCD Soundsytem)
. PETER WOLF CRIER - Place To Be (Nick Drake)
. MONA - Walk in the Park (Beach House)
. WE ARE TREES - When I'm With You (Best Coast)
. BAND OF HORSES - Georgia (Cee Lo)
. ELIZA DOOLITTLE - Fuck You (Cee-Lo)
. ELIZA DOOLITTLE - Fuck You (Cee-Lo)
. DUNCAN SHEIK - Shout (Tears for Fears)
. FLORENCE & THE MACHINE ft. Kid Harpoon - I'm Goin' Down (Springsteen)
. THE JOLLY BOYS - Blue Monday (New Order)
. BRENT AMAKER AND THE RODEO - Pocket Calculator (Kraftwerk)
. MINI MANSIONS - Heart of Glass (Blondie)
. HOLLY MIRANDA - Nobody Sees Me Like You Do (Yoko Ono)
. SILVER SWANS - Anyone's Ghost (The National)
. BALL OF FLAME SHOOT FIRE - The Beautiful Ones (Prince)
. JAMES BLAKE - Limit To Your Love (Feist)
. LUNA - Everybody's Talking (Harry Nilsson)
. VANDAVEER - Long Black Veil (Lefty Frizzell)
. VANDAVEER - Long Black Veil (Lefty Frizzell)
. LAURA MARLING - Blues Run The Game (Jackson C Frank)
20 remixes:
. AU REVOIR SIMONE - Shadows (Jens Lekman Remix)
. ARIEL PINK'S HAUNTED GRAFITTI - Round & Round (Little Loud remix)
. THE XX - VCR (Four Tet Remix)
. MGMT - Congratulations (Erol Alkan Rework)
. DARK DARK DARK - Daydreaming (Supply And Demand Remix)
. ZOOT WOMAN - More than ever (Upstation remix)
. TAME IMPALA - 41 Mojitos Poolside Dub (Canyons Remix)
. WARPAINT - Undertow (Blackbird Blackbird Remix)
. FLEEET FOXES - Mykonos (Barbaric Merits Foxtronic Dubstep Remix)
. THE DRUMS - Me And The Moon (Twin Shadow Remix With No FX)
. ONEOHTRIX POINT NEVER feat. Antony Hegarty - Returnal (Blixaboy Futura Freemix)
. JORI HULKKONEN - I Am Dead (Who Made Who Remix)
. CRYSTAL CASTLES feat. Robert Smith - Not In Love (Sane Smith Remix)
. SILVER COLUMNS - Brow Beaten (James Yuill Remix)
. DEERHUNTER - Helicopter (Diplo & Lunice mix)
. KISSES - Kisses (Joe Goddard Remix)
. MATIAS AGUAYO - Menta Latte (Prins Thomas Diskomiks)
. JAMES YUILL - First In Line (Justus Kohncke Remix)
. MARK RONSON - Somebody To Love Me (Holy Ghost remix)
. BEACH HOUSE - White Moon (JAQUES remix
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
UM BOM LUGAR
Conhecemos dezenas de versões de temas de Nick Drake. Coleccionamos álbuns de tributo, homenagens incoerentes ou rendições merecidas ao génio inglês, incompreendido no seu tempo, mas hoje em dia e em definitivo, uma das principais referências inspiradoras de uma larga maioria de bandas e novos cantautores. Surgem, assim, e de forma frequente, novos arranjos e covers que, apesar de sinceras, nunca conseguem ultrapassar a soberba patine sonora dos originais e raramente surpreendem. Não é o caso da versão que os Peter Wolf Crier arriscaram realizar. No original, o tema "Place To Be" é, por si só, o exemplo supremo da leveza e finura da música drakeana, uma jóia calma, perfeita e imutável. Quando a dupla de Minneapolis decide acelerar a canção e acrescentar-lhe uma boa dose de instrumentos, consegue uma fresca modernidade não ao alcance de todos, numa homenagem que para alguns pode soar a sacrilégio, mas que é, no nosso entender, brilhante. Descarreguem a canção de forma gratuita e, já agora, façam por descobrir estes Peter Wolf Crier, cujo álbum de estreia "Inter-Be" mereceu largos elogios.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
UMA FLORESTA MÁGICA
Uma canção com o título "Dear Chan Marshall", ou seja, "Dear Cat Power", da autoria dos incógnitos We Are Trees, há já algumas semanas que nos despertava a atenção. Decididos a investigar um pouco mais a fundo a curiosidade, deparamos com uma daquelas surpresas de todo o tamanho. Não que o som seja nada de novo, já que por ali andam notórias semelhanças com os Grizzly Bear, os Fleet Foxes ou até os Dodos, mas, mesmo assim, o EP de estreia da banda saído em Agosto e que recebeu o nome de "Boyfriend" é um dos nossos vícios de Outono. Claro que voz de James Richard Nee é a responsável principal desta dependência, já que a semelhança com Daniel Rossen dos Grizzly Bear é inacreditável, mas, mesmo assim, o repeat torna-se irresistível. Ouçam os quatro temas no site da Bandcamp, comprem o vinil editado precisamente ontem, mas não percam, por nada, a oportunidade de planar superiormente ao som de um "Sunrise Sunset". Quanto à inocente dedicatória a Cat Power é só uma das canções do ano...
terça-feira, 9 de novembro de 2010
CORAGEM, MIDLAKE!
Este é o magnífico cartaz alusivo à tournée europeia dos Midlake que dura até final do mês de Novembro e que, infelizmente, não chega até cá. Resultou de um concurso lançado pela banda em Outubro e a feliz vencedora de nome Sarah Musi, para além dos cem dólares do prémio, irá receber uma caixa com uma edição especial do último "The Courage of Others" cheia de extras (p. ex. um cd ao vivo de nome "The Denton Sessions") e que tem um valor comercial assinalável. À referida digressão junta-se John Grant e ainda Jason Lytle (Grandaddy, Admiral Radley) com quem, aliás, os Midlake partilharam já o palco para uma versão de "I Need You" dos paisinhos America... Enquanto metade dos fãs vai discutindo a validade ou desilusão quanto ao último álbum, a banda, indiferente às críticas, aproveita para reeditar em vinil o muito requisitado "The Trials of Van Occupanther" e gravar, finalmente, videos oficiais (em Super 8 mm!), o que aconteceu em Utrecth (Holanda) no verão passado para o tema "Rulers, Ruling All Things". Merecida é ainda a estreia na televisão inglesa, que está marcada para hoje à noite no programa "Later With Jools Holland" ao lado dos Roxy Music ou dos Two Door Cinema Club, aparição que se repete na próxima sexta-feira e que encerra a tournée por terras britânicas.
LUNARIDADES #108
. são raros os destaques à música portuguesa na imprensa estrangeira. Quando, como esta semana, a Inrockputibles apresenta, em simultâneo, uma dupla referência ao nosso país, é caso para estranhar. Legendary Tiger Man vs Arcade Fire...
. a imprensa portuguesa recebeu, finalmente, a publicidade da Louis Vuitton onde Mr. e Ms. Bono são fotografados por Annie Leibovitz a sair de um avião por terras sul-africanas. O "Diário Económico" do fim-de-semana trás dois coloridos anúncios de página inteira onde, mais que qualquer mala ou sacola, salta à vista a beleza da enigmática Ali Hewson.
. em semana de estreia de um filme sobre o Facebook, estas são algumas das considerações de Pedro Boucherie Mendes sobre a tal rede social numa crónica intitulada O Esgoto da revista Index (jornal i): "As redes sociais são francamente irritantes porque se baseiam na mais velha actividade do mundo: o fazer tudo e mais alguma coisa para chamar a atenção sobre nós." (...) "O Facebook é o aparelho digestivo dos modernos. É o esgoto da alma. É feito para activistas de sofá. Exige zero de compromisso, a não ser estar vivo neste mundo. (...)." Nem o Miguel Sousa Tavares! É melhor ir ver o filme...
. não percam a exposição "Tápies (Obra Gráfica)" que inaugurou no sábado passado na Galeria Fernando Santos em Miguel Bombarda e donde dá vontade de trazer tudo para casa. Aproveitem e espreitem, no mesmo espaço, os quartos imaginários do Nikias Skapinakis.
. "Já Não Há Pachora" nº 8
NÃO APAGUEM!
O tema "Damage" surgiu entre outras sugestões do sempre recomendável RCRD LBL, uma canção que faz mossa e também deixa saudades dum rock quase em desuso. Pertence às Erase Errata, banda feminina norte-americana de tradição punk já com enorme curriculo, mas da qual nunca tínhamos ouvido falar. O tema está já editado em single de vinil, pois claro, via Kill Rock Stars Records (grande nome) e bate assim:
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
PARABÉNS, MGMT!
Contrariando o prometido, os MGMT decidiram lançar um single formal do tema "Congratulations", canção que encerra da melhor maneira o álbum com o mesmo nome e que teve lançamento digital e respectivo video em Agosto passado. Trata-se de uma edição limitada de 3500 exemplares em 7" de vinil que incluirá um pequeno livro ilustrado de 20 páginas. No lado B repousará uma fantástica remix de Erol Alkan.
Esta apetitosa jóia fará parte do evento "Black Friday" organizado pela Record Store Day e que terá lugar no próximo dia 26 de Novembro. Entre outros exclusivos, destaca-se a edição de um novo maxi dos U2 ("Wide Awake in Europe" gravado na corrente digressão 360º e que inclui o inédito "Mercy"), o recente álbum de Sharon Jones dividido em onze singles, sete polegadas de Bob Dylan (uma demo de "The Times They Are Changing") e Bruce Springsteen ("Save My Love" do mais recente The Promise"), uma nova canção de Iron And Wine ("Walking Far From Home") ou ainda reedições de Natal de Jimmy Hendrix ou Frank Sinatra. Uma perdição vinílica!
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
THESE NEW PURITANS NO BARBICAN
Demos conta por aqui do concerto único e memorável que os These New Puritans apresentaram no Barbican de Londres no passado dia 23 de Outubro. Surge agora um pequeno documento que conta melhor a história...
A FESTA É NOSSA
O regresso à boa forma de Amy Winehouse parece concretizar-se. Uma versão-demo do hit "It's My Party" de Lesley Gore, produzido por Quincy Jones em 1963, apareceu no Youtube e promete fazer furor. O tema é um dos três que a dupla Mark Ronson / Amy Winehouse gravou para um disco de tributo, precisamente, a Quincy Jones de nome "Q: Soul Bossa Nostra". Toca a mexer o corpinho...
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
ARIEL PINK << REWIND
O disco "Before Today" de Ariel Pink Haunted Grafitti, que não parou ainda de rodar ao longo dos últimos meses, tem já sucessor. Não se trata, no entanto, de novo material de Ariel Marcus Rosenberg, mas sim um conjunto de antigas canções e experiências gravadas pelo jovem em Los Angeles em 2000 e 2001 e que tiveram uma edição obscura em cassete. A editora Gloriette Records decidiu apostar na sua publicação em duplo vinil de nome "FF>>", o que levou ao seu rápido escoamento pelos atentos fãs do pequeno génio. Entre os 19 temas publciados destacam-se mais algumas pérolas free-pop como "Howling the Moon", composta a meias com R. Stevie Moore, e esta "The List (My Favorite Song)".
terça-feira, 2 de novembro de 2010
LUNARIDADES #107
. o Público, sempre atento, esteve presente em Paris num encontro sobre o futuro da música. Se não há, aparentemente, razões para preocupações, confessamos algum susto na insistência nos media-concertos na sala de jantar. É que por muito que tecnologia evolua, não há nada que substitua um Coliseu a abarrotar ou um qualquer auditório de emoções. Até ver...
. a Fnac decidiu promover ao longo da actual quinzena uma iniciativa a que deu o nome de "Festa da Cultura do Porto". São concertos, exposições, filmes, etc. mas o que mais destacamos é apresentação, já na próxima quinta feira (St. Catarina, à 18h30), do novo livro de inéditos sobre a cidade de Carlos Tê com ilustrações de Manuel Bacelar e que recebeu o nome primoroso de "Cimo de Vila". Promete.
. pensar que os Arcade Fire tanto apoiaram Obama que agora, à custa dele, andam nas bocas do Mundo pelas piores razões. Só mesmo num país sem alternativas... logísticas. Atlântico há só um é em Lisboa e mais nenhum!
. os Iron & Wine de Sam Beam tem digressão europeia marcada já para Fevereiro do próximo ano, mas até agora a Peninsula Ibérica ficou de fora do roteiro. Seria pedir muito que alguém os trouxesse finalmente até cá?
. "Já Não Há Pachorra" nº 7
OS BEATLES A 45 ROTAÇÕES
Já se encontra à venda em algumas lojas seleccionadas o livro "The Beatles Discografia Portuguesa a 45 RPM" da autoria de Abel Rosa. A capa exterior simula a capa de um EP e no seu interior há textos de introdução de Luis Pinheiro de Almeida, Pedro Freitas Branco, Teresa Leandro e Abel Rosa. Destacam-se ainda edições portuguesas sobre os Beatles em revistas, discos, jornais, livros, etc. e um poster com a reprodução da totalidade das capas lusas. O livro de 156 páginas tem uma tiragem limitada e numerada até 750 exemplares e a sua aquisição serve de ajuda à Associação Acreditar.
(RE)LIDO #26
ANTÓNIO VARIAÇÕES - ENTRE BRAGA E NOVA IORQUE
de Manuela Gonzaga. Lisboa: Âncora Editora, 2006
A personagem de António Variações teve ao longo dos nossos anos oitenta uma dupla face. Por um lado, a surpresa e espanto da sua atitude e postura, visível nos programas de Júlio Isidro e que nos deixava sempre pregados à TV. Por outro, alguma distanciamento em relação ao género musical, que não encaixava nas tendências que então o "Som da Frente" emanava, preconceito estúpido que o tempo viria a modificar e que a leitura deste livro de Manuela Gonzaga ajudou ainda mais a consolidar. Percebendo a sua infância rural e as dificuldades familiares, a ida para Lisboa, o serviço militar, o orgulho na profissão de barbeiro, ou a veneração pela Amália, chegamos a um "Estilo Variações" de enorme impacto num país de brandos costumes. Imaginamos as dificuldades de Vitor Rua e restantes GNR ou dos Heróis do Mar em passar para uma fita as ideias e manias de um Variações que não sabia uma nota de música e que, confiando na sua insistência e motivação inspiradora, é que, com algum custo, mas muito prazer, concretizaram para a posteridade os dois álbuns de originais. Impressiona a descrição do seu funeral, que saído de Lisboa, percorreu até ao Minho diversas estradas e povoações, sempre aclamado por multidões de pessoas dos oito aos oitenta, pobres e ricos, num reconhecimento espontâneo a um músico que era, silenciosamente, amado no seu país. Quando em 2005 assistimos a um coro de trinta mil pessoas a cantar o "Maria Albertina" com os Humanos no Festival Sudoeste, concluímos que, afinal, a homenagem perdurou e perdurará para sempre.
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