domingo, 4 de novembro de 2012
CARLOS DO CARMO, Casa das Artes, VNFamalicão, 3 de Novembro de 2012
Atendendo à conjuntura, esta era a oportunidade perfeita para cumprir uma aspiração antiga de ver o Carlos do Carmo ao vivo: preço comportável, sala bem composta, som e luz, como quase sempre naquele espaço, primorosas. Depois, uma voz em plena forma, um trio de músicos de uma envolvência subtil e um alinhamento, no mínimo, eficaz. Inicialmente, uma mão cheia de fados não habitualmente cantados a funcionar como inéditos, histórias e provocações na medida para nos agarrar ao "guião" e também algumas canções como "Flor de Verde Pinho" a despertar emoções, no nosso caso, mais profundas. Foi pena não ter havido outras como a "Estrela da Tarde" ou o "No Teu Poema", mas não falharam êxitos mais populares como "Canoas do Tejo", "Os Putos", "Lisboa Menina e Moça" ou "Por Morrer Um Andorinha". Mesmo assim, faltou ao público tímido uma maior participação que só mesmo com algum custo e insistência do artista acabou por ser satisfatória. Prometeu-se um disco novo para breve numa parceria com a pianista Maria João Pires e onde haverá, outra vez, letras "a dar porrada" do amigo Júlio Pomar, uma prova da reinvenção permanente de um artista nada acomodado e de uma acutilância constante. Ou seja, se houver outros espectáculos por perto não vamos cair no mesmo erro de anos e o melhor é mesmo comparecer a todo o custo porque a qualidade da experiência de sábado passado se transformou agora em "aula" de classe de repetição obrigatória.
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