sexta-feira, 6 de julho de 2018

GET WELL SOON, QUE HORROR!





















Desde sempre, há em tudo em que o alemão Konstantin Gropper idealiza um elevado teor de segurança e qualidade verdadeiramente surpreendentes. O projecto Get Well Soon que assumiu como montra espelhada da sua música, tem vindo a sedimentar, ano após ano, uma pop luxuosa e clássica que aprendemos a degustar sem dificuldades e pressas, uma veneração antiga já por aqui várias vezes elogiada mas que, pelos nossas bandas e ao contrário de um reconhecimento mais alargado que o projecto apresenta pela Europa central, nos parece ainda ao gosto de muito poucos. Irrequieto, melhor, inquieto, Gropper não dá descanso ao seu talento em álbuns conceptuais ao lado de orquestras completas ou bandas alargadas a que se junta, obrigatoriamente, uma moderna imagética gráfica e videográfica de extremo bom gosto que "embrulha" temáticas como o apocalipse ("The Scarlet Beast O'Seven Heads", 2012) ou o amor ("Love", 2016) e que alternam com a composição de bandas sonoras televisivas ou cinematográficas. O mais recente plano, por contraste, aponta o medo como suporte central de um conjunto de ficções inspiradoras e que recebeu simplesmente o baptismo de "The Horror". Tudo começou, supostamente, há alguns meses com uma série de sessões de psicanálise transmitidas em jeito de episódios a que se seguiria um outro seriado em quatro tempos dirigido por Jan Bomn e produzido pelo jovem Philipp Kässboher onde um argumento lynchiano nos segura entre cenários deslumbrantes, personagens invulgares, reacções quase abstractas e uma banda-sonora a preceito. O resultado sonoro pode ser agora adquirido na totalidade numa admirável edição em vinil encaixada com outros luxos limitada a mil exemplares mas que ultrapassa os cinquenta euros. Que horror!   








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