quinta-feira, 29 de abril de 2021

FITAS DE UM TEMPO #01















Passaram quase vinte anos mas foi preciso um forçado recolhimento caseiro para encontrar o caminho para o tesouro! Escondida entre pilhas de cd's amontoados num armário esquecido lá estava a pequena caixa plástica com meia dúzia de cassetes video de fita MiniDV, uma tecnologia já digital mas, como tudo, sujeita a melhoria técnica e posterior substituição. Nessa época, calhou algumas vezes levarmos, por empréstimo, uma câmara da marca Sharp para alguns concertos na tentativa de captar o momento mas chegamos a ser intimados a sair do recinto pela ousadia (ficou-nos na retina a cara de poucos amigos do segurança da FNAC Norte Shopping que nos "convidou" a rapidamente guardar o aparelho depois de dois ou três minutos apontado ao piano e voz de Antony sem os seus Johnsons... 2005?). 

Poucos desses registos motivaram upgrade para DVD a cargo de colega entendido mas a maioria continua por revelar apesar de as termos, felizmente, etiquetado. Começa hoje, então, o desbobinar possível das poucas fitas de um tempo remoto de patina analógica a que não acrescentamos propositadamente (também não sabemos como o fazer) qualquer truque tecnológico de apuro sonoro ou de imagem. Rolling! 


Essa primeira década do corrente século teve em Josh Rouse uma confirmação segura da melhor pop americana, qualidade que se têm mantido até aos dias de hoje. A rádio e os palcos nacionais cedo lhe deram primazia e destaque que motivaram um florescimento rápido de aficionados duradoiros. Num desses regressos a solo a Portugal, possivelmente o terceiro, para um concerto no Edifício da Alfândega do Porto, evento já evocado na rúbrica adequada, Rouse passou na véspera (16 de Dezembro de 2004) pelo fórum FNAC do Gaia Shopping para uma apresentação gratuita em jeito de antecipação do espectáculo do dia seguinte. 

Ao longo de meia hora e com o recinto cheio, Rouse prendou-nos com uma requintada selecção de canções de um dos seus melhores trabalhos, o disco "1972" (2003), havendo ainda tempo para "It's the Night Time", outro clássico que só sairia uns meses depois (Fevereiro 2005) como fazendo parte do álbum "Nashville". Pena alguma pobreza da amplificação sonora e da aselhice do repórter ocasional como se comprova pelas imagens... mas acabamos por filmar involuntariamente um amigo cúmplice destas andanças (ali à volta do minuto nove) de máquina fotográfica em punho, logo aquele que nunca quer(ia) aparecer!

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