quinta-feira, 13 de setembro de 2012
(RE)LIDO #44
31 Canções
de Nick Hornby. Lisboa: Teorema, 2005
Na prateleira em frente à cama as pilhas de livros à espera de uma oportunidade ameaçam ruir a qualquer momento. Ao olhar bem para elas, agora que os tempos parecem mais calmos e a vontade de regressar à leitura começa a ser maior, reparamos numa lombada verde onde se destacava a letras gordas o nome de Nick Hornby. A curiosidade logo deu lugar à confirmação... Afinal era a versão portuguesa de "31 Songs" e uma anotação remetia para a compra nuns saldos de supermercado a que certamente não resistimos (uma pechincha de 3€). Imediatamente recordamos o original inglês lido há já uns anos, um género de "songbook" do autor de "Alta Fidelidade" onde se desfilam preferências musicais e histórias paralelas que nos tinham causado boa impressão. Ao folhear o livro, não resistimos a reler, logo a seguir à introdução, os elogios a "Thunder Road" de Bruce Springsteen e, embalados, acabamos por ir por ali fora em velocidade de cruzeiro até ao fim. No final do dia de Domingo, entusiasmados, até que nos deu vontade de pegar na caneta e escrevinhar umas notas sobre as "nossas" canções de eleição mas o que parece fácil para Hornby não está ao alcance de qualquer um. Há por aqui um aparente informalismo e desleixo na narração, onde se cruzam tristezas e alegrias, sentimentos e fobias de uma vida onde, pela música, sempre ela, se confessam intimidades ou nostalgias a partir de um solo de guitarra, de uma lírica marcante ou de uma banda sonora de uma loja de perfumes. Sem lugar para divagações estilísticas ou de géneros a coisa vai de Nelly Furtado aos The Bible, dos Beatles aos Led Zeppelin, de Rufus Wainwright a Aimee Mann, onde se misturam nitidamente alguns "guity pleasures" com canções de adoração quase religiosa. Duas delas, em video abaixo, são significativas: a primeira, a que o autor mais vezes ouviu na sua vida, a segunda a ser tocada obrigatoriamente no seu funeral...
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