sábado, 18 de maio de 2013

JP SIMÕES, Auditório de Espinho, 17 de Maio de 2013

Um concerto de JP Simões, como testemunhado em diversas ocasiões, é uma benção. Tamanha virtude tem razões conhecidas que podemos associar a um incontornável "dois em um" de teor irresistível onde o nonsense e o sarcasmo se cruzam de forma obrigatória com grandes canções. Sendo esta a primeira oportunidade para apreciar os novos temas do álbum "Roma" era também a primeira vez que, no nosso caso, o víamos rodeado por uma banda, e que banda, de oito elementos! Poder-se-ia prever alguma "contenção" e maior solenidade de Simões mas o que é facto é que o espectáculo confirmou quer os seus atributos de fantástico enterteiner quer a grandeza da sua composição musical. Há em "Roma" muito por onde escolher, da insistência na bossa-nova ou samba ao novo pop-rock cantado em italiano, inglês ou francês e até nessa "língua exótica" chamada português envolvidos, a maior parte das vezes, por uma lírica que bebe nas contradições da sociedade ocidental e, particularmente, na cruel realidade nacional. O controlo moral ("Gosto de me drogar") ou o fim das ilusões ("Rio-me de Janeiro") são só dois bons exemplos de novos "manifestos" recebidos de braços abertos pela sala cheia mas onde se esperavam também aqueles já clássicos dos discos anteriores como "Só Mais Um Samba", "A Minha Geração" ou o hoje mais que nunca indispensável "A Marcha dos Implacáveis" com que terminou, ao fim de duas horas, o grande espectáculo de ontem. Precisamos, por isso, de artistas assim, acutilantes e sempre, sempre interventivos. Abençoado... seja!       

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