domingo, 11 de agosto de 2013

(RE)VISTO #56





















IT MIGHT BE LOUD
de David Guggenheim. EU: Universal Pictures, DVD, 2010
A guitarra tem na história da música moderna uma importância incomensurável. Acústicas, eléctricas, de dois braços e de número variado de cordas, caberá ao guitarrista assumir o papel de explorador de novos sons e recursos, aprendendo e inspirando-se obrigatoriamente com os melhores do passado. Algumas malhas dos Led Zepplin, dos U2 ou dos White Stripes servem hoje de iniciação a muitos dos que querem aprender como tocar uma guitarra, momentos de inspiração dos respectivos compositores para sempre eternizados por gerações contínuas de admiradores. Juntar num filme os magos Jimmy Page, The Edge e Jack White, contando a história da sua vocação precoce, dos seus primeiros instrumentos, as estreias em palco e em televisão e, principalmente, revelando alguns do seus segredos e truques, confere a este filme um estatuto de obrigatório para qualquer melómano. Aliás, é esse amor pela música que percorre todo o documentário de forma tão sedutora, seja na maioria das conversas entre os músicos, na escolha dos discos em vinil que sempre os inspiraram e que eles próprios põem a rodar ou nas velhinhas cassetes ou fitas com gravações por polir aqui escutadas pela primeira vez. Depois, quando frente-a-frente desfilam "malhas" ou acordes em jeito de jam nas suas guitarras, o trio parece conhecer-se desde sempre e o brilho nos olhos torna-se ainda mais notório. Então quando Page se lança ao riff do "Whole Lotta Love", os dois mais novos quase que levitam para outra dimensão o que, certamente, aconteceria a qualquer um de nós perante tamanho monumento... Prova-se, assim, que no rock não há lugar para gerações, modas ou limites de idade, sendo o respeito mútuo e a inquietude condições vitais para que a música se reinvente e nos continue a surpreender no recato do lar ou no meio de uma multidão aos saltos. Ainda bem!    

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