sábado, 3 de agosto de 2013

RODRIGO AMARANTE + DEVENDRA BANHART, Casa da Música, 2 de Agosto de 2013

Num artigo do "Público" de ontem, Mário Lopes concluía que este era o momento certo para o reencontro com Devendra Banhart. Por lá discorria, no fundo, sobre as duas facetas do músico em cima do palco - a versão free escolhida para festivais e plateias agitadas em que participamos na tenda da Zambujeira (2005) e em Vigo (2010 e que, seguramente, se repetiu no Alive uns dias depois) ou uma versão mais contida e formal para recintos clássicos como comprovado por nós na Aula Magna (também em 2005). Ora bem, a mítica estreia portuguesa de Santa Maria da Feira de 2004 contraria, no entanto, esta lógica, num marcante e aceso espectáculo em roda livre para um plateia sentada e surpreendida. Sendo assim, sobre o inquestionável momento certo pendiam algumas dúvidas quanto ao que nos esperava, embora pelos alinhamentos anteriores, posturas mais recentes e o peso do anfiteatro, não fosse difícil adivinhar qual seria a opção. Noite planante com um Devendra concentrado e até nervoso, uma banda sem mácula e canções quase todas escolhidas do último e magnífico "Mala" (aquele "Daniel" não tem preço!!) a que se foram acrescentando posteriormente pérolas mais antigas (tocou o "Baby"?). Pena, como sempre, que o som de sala seja sofrível, principalmente quando se aceleraram baterias e juntaram guitarras mas que rapidamente esquecemos quando, bem perto do fim, sozinho em palco com uma guitarra, nos recostamos ainda mais na cadeira para, entre outros, um "Little Yellow Spider" de excelência (ora aqui está um faceta que adoraríamos presenciar mais vezes). O encore da praxe fez-se com o inevitável "Carmensita" já com a sala em polvorosa, mas apesar dos insistentes aplausos mesmo com as luzes acesas, não houve lugar para mais. Momentos irresistíveis que nos fazem suspirar já por um novo e sempre certeiro reencontro.  

Na primeira parte Rodrigo Amarante, um dos elementos da banda que acompanha Banhart, apresentou à guitarra algumas canções calmas de um disco prometido para breve, comprovadamente uma obra que deverá merecer audição atenta e que ontem, apesar da estreia a frio, foi recebido com indisfarçável agrado e prazer.



(video HugtheDj)

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