sexta-feira, 2 de agosto de 2013
(RE)LIDO #51
FELL IN LOVE WITH A BAND
THE STORY OF THE WHITE STRIPES
de Chris Handyside. Nova Iorque; St. Martin's Griffin, 2004
Vai para mais de dez que descobrimos os White Stripes. Antes, até que reparávamos nos discos pousados nos escaparates mas nunca lhes ligamos muita importância, desconfiando que a insistência no branco e vermelho das capas e respectivas vestimentas cheirava a pretensiosismo bacoco e fora de moda. Com a explosão de "Seven Nation Army" (35 milhões de visualizações no youtube desde 2008!) do álbum "Elephant" e com a multiplicidade de benções de John Peel e da MTV não resistimos a dar-lhes uma oportunidade de escuta mais séria. Resultado, ficamos siderados e, tal e qual o título do livro, apaixonados! Uma bateria e uma guitarra ao desafio, quase em desuso, soavam mais consistentes e frescas que muitas das tradicionais bandas rock e, claro, começamos desde logo a puxar o fio à meada tentando recuperar o tempo perdido. Amiúde, lá surgiam as mesmas dúvidas e enigmáticos mistérios sobre tão badalada parelha de irmãos, ou seria marido e mulher?
Esta primeira biografia da banda, escrita pouco tempo depois da explosão mediática, traça a narrativa sonora da dupla de Detroit com incursões ténues nas respectivas genealogias apostando, e bem, em tentar dar a perceber os meandros do panorama musical da cidade de final dos anos noventa, principalmente os relativos a Jack White, os seus múltiplos projectos, influências, interesses, gostos (o eterno vinil) e aspirações. Pena que autor o faça de forma tão descuidada, num inglês que nos pareceu demasiado informal o que, mesmo assim, não retira mérito ao esforço. Permite entender de forma definitiva que a genialidade da banda não era um acaso, mas resultado de uma tomada de decisões e passos em frente de maturação ponderada, defendendo direitos de autor (a criação da Third Man Records), quais as más e boas companhias promocionais (os videos do Michael Gondry ou a empatia com Conan O'Brian), tournées desnecessárias ou duetos certeiros (com o herói Dylan p.ex.). Destapam-se, por outro lado, alguns improváveis desacertos de caminho, como a sempre negada participação de Jack em "Danger! High Voltage", hit de uns tais Electric Six, os murros certeiros no vocalista dos Von Bondies (lembram-se?) ou o pré-divórcio com Meg White mesmo antes do primeiro disco (sim, eles não são mesmo irmãos). Mesmo assim, a cumplicidade da dupla nunca foi sequer beliscada como testemunhado em 2007 em Algés na única e abençoada aparição por terras lusas. Ficará por saber, no concreto, porque raio acabaram os Stripes! Uma birra passageira de Meg? Isso será assunto, certamente, para novo livro...
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