A inegável consistência da música de Emily Jane White merecia uma sala assim, a preceito e linda sem ser grandiosa, acolhedora sem ser imponente mas com gente interessada e curiosa em apurar os sentidos para a receber cordialmente e sem pressas como convêm. Não há nas suas canções razões para euforias ou assomos de alegria onde uma camada negra de luxuosa composição se faz desde sempre notar principalmente no último álbum "Immanent Fire", a razão principal da visita e da previsível contemplação.
Foi esse, então, o fio condutor de um concerto calmo que contou com a ajuda de um guitarrista/baixista e um baterista a que se juntaram pré-gravações ora de vozes ora das orquestrações para a apresentação da quase totalidade dos seus dez temas com destaque para "Washed Way" logo a abrir, "Surrender" e "Drowned", um assinalável trio de coesão sonora mas que foi permeado por recordações diversas como "Sleeping Dead" ou, salvo o erro, "Black Dove" sentada no piano. A todos, a notável acústica do recinto fez o favor de aumentar o mistério e a tensão de enlevo ainda mais vincado aquando de "Victorian America " e "Pallid Eyes", ambos já no único encore culminante de um serão de acentuada mas de agradável melancolia.
Sem comentários:
Enviar um comentário